Dados do Trabalho

Título

Prevalência de aspergilose pulmonar crônica em pacientes com tuberculose pulmonar ativa.

Introdução

A aspergilose pulmonar crônica (APC) se caracteriza acometer pulmões com alterações estruturais provocadas por outras doenças, como as cavidades residuais de tuberculose pulmonar (TBP) já tratada. No entanto, APC pode ocorrer em pacientes com TBP ativa, dificultando o diagnóstico da APC, que quando não tratada é geralmente fatal.

Objetivo (s)

Estimar a taxa de prevalência de APC em pacientes com TBP ativa.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo de prevalência, com coleta de dados prospectivos, em um hospital de referência para tratamento de doenças infecciosas em Mato Grosso do Sul. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de TBP ativa que foram submetidos à investigação sistemática de APC, com exames micológicos, sorológicos e tomografia computadorizada de tórax. Variáveis demográficas e clínicas foram lançadas no sistema REDCap (Research Electronic Data Capture).

Resultados e Conclusão

No período de janeiro de 2022 a abril de 2023 foram incluídos 81 pacientes consecutivos com TBP ativa que apresentavam as seguintes características basais: foram predominantemente homens (n=67; 82,7%), com idade mediana de 43 anos (mín. 20 e máx. 68), não brancos (n=68; 84,0%), Quanto às variáveis clínicas, houve predomínio de emagrecimento (77,8%), febre (74,1%) e tosse (76,5%). Quase a metade da amostra tinha HIV/Aids (n=38; 46,9%), com mediana foi de 59,5 (mín. 1 – máx. 723) células CD4+/mm3. Nesse contexto, a prevalência de APC foi de 6,2% (intervalo de confiança 95%, 2,7% - 13,7%). Dos cinco pacientes com APC, todos eram homens, dois estavam no segundo episódio de TBP, três tinham aids, um tinha diabetes mellitus insulino dependente descompensado. Em relação ao quadro clínico, quatro referiram emagrecimento, três apresentavam tosse com expectoração e um deles, hemoptise. A forma clínica foi a APC cavitária nos cinco pacientes, com presença de bola fúngica no interior de cavidades. Um apresentou teste de imunodifusão e Elisa positivos. O principal fármaco utilizado foi o itraconazol.
Conclusão: A prevalência de 6,2% de APC em pacientes com TBP concomitante ratifica a importância de vigilância contínua de APC em pacientes com TBP desde o diagnóstico. Além disso, levanta a questão da dificuldade diagnóstica e necessidade de novos métodos rápidos e mais acurados para o diagnóstico de APC, para que com o tratamento oportuno haja redução da sua morbimortalidade.

Palavras-chave

1.Epidemiologia. 2.Doenças Fúngicas. 3.Pneumopatias Fúngicas. 4.Tuberculose Pulmonar.

Agradecimentos

Fundect. CNPQ. UFMS.