Dados do Trabalho
Título
Estudo comparativo entre ovitrampa e pesquisa larvária para detecção de Aedes aegypti no Recanto das Emas, Distrito Federal, Brasil.
Introdução
A transmissão de arbovírus pelo mosquito Aedes aegypti permanece um grande problema de saúde pública. Sem o amplo uso de vacinas, as estratégias para conter a transmissão de doenças estão restritas ao controle vetorial. Atualmente, a pesquisa larvária é utilizada em todo o país para a estratificação de áreas de risco por meio de índices entomológicos. No entanto, há várias limitações inerentes a sua execução, como a dificuldade de acesso a criadouros e criadouros crípticos. O uso de armadilhas para a coleta de ovos (ovitrampas) é uma estratégia importante para remediar essas dificuldades.
Objetivo (s)
Comparar os índices entomológicos obtidos por ovitrampas e por pesquisa larvária.
Material e Métodos
Em 2022, foram instaladas 117 ovitrampas espaçadas com 300 metros na região administrativa Recanto das Emas (Brasília/DF). As armadilhas foram instaladas no peridomicílio e monitoradas semanalmente por 52 semanas epidemiológicas. As paletas foram analisadas para obtenção dos índices de positividade de ovitrampa (IPO) e de densidade de ovos (IDO) nos períodos da estação seca (abril a setembro) e chuvosa (outubro a março) e comparados pelo teste Mann-Whitney. No mesmo período, foram realizadas quatro pesquisas larvárias por meio do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti – LIRAa nos meses de janeiro, abril, julho e novembro. Os índices de infestação predial (IIP) e de Breteau (IB) foram calculados.
Resultados e Conclusão
O esforço amostral totalizou 5.794 coletas de paletas, sendo 37,6% (2.178) positivas, com 103.999 ovos de mosquitos Aedes spp. Na estação chuvosa IPO e IDO alcançaram, respectivamente, 46,5% e 50,6, enquanto na seca, 28,6% e 43,6. Ambos os índices foram maiores na estação chuvosa e significativamente diferentes da estação seca. Já os IIPs e IBs na estação chuvosa foram 0,83% / 1,1 e 0,06% / 0,06 e na seca, 0,48% / 0,54 e 0%. / 0. Apesar da pesquisa larvária ser o principal método de monitoramento do mosquito Aedes aegypti adotado no país, as limitações na execução impedem a detecção de baixas infestações, o que pode gerar dados subestimados e classificações de risco equivocadas. Em nosso estudo, no mês de abril, o LIRAa não detectou a presença de larvas apesar de ter havido ovitrampas positivas. As ovitrampas por serem mais sensíveis, específicas e menos invasivas são uma ferramenta complementar muito importante para a subsidiar a tomada de decisão nas ações de prevenção e controle vetorial.
Palavras-chave
Aedes aegypti, Ovitrampa, Indicadores entomológicos
Agradecimentos
Equipe DIVAL
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Israel Martins Moreira, Kenia Cristina de Oliveira, Laís Teodoro Araújo, Nicole Rodrigues Marcal Araújo