Dados do Trabalho


Título

Lida domestica de pacientes com doença de Chagas.

Objetivos(s)

Nas regiões Tropicais onde predominam as doenças Negligenciadas, deparamos com situações mórbidas pouco descritas, que tornam a vida permanente estresse. Abordamos o caso da mãe (49 anos), cuidadora da filha (30 anos). Objetivo: relatar os cuidados de uma mãe de Buritinópolis/GO, portadora de doença de Chagas (DC), e cuidadora da filha excepcional.

Relato do Caso

Evolução histórica: A mãe atendida primeira vez em 1976, aos 7 anos de idade, com 6 sorologias positivas para DC, sem doença clínica, e com ECG e esofagograma normais. Em consultas medicas de 1999 a 2018, queixava de dispneia e palpitação. Escuta cardíaca com extra-sístoles frequentes e FC de 49 bpm. ECG com extra-sístoles e baixa voltagem do QRS. Referia disfagia ao beber agua, que acentuou em 2014. Bebe devagar, em pequenos goles, evitando entalar e com frequência vai dormir com sede. Diz que é mais fácil comer que beber, sente o pescoço engrossar e manobra o tórax para deglutir. Por falta de recursos não pode realizar um esofagograma. Evacuações diárias, difíceis, com fezes secas. Usa anti-hipertensivos e a TA não ultrapassa 140/90 mmHg. Em outra consulta em 2019, referiu palpitação, tonturas, episódios de sincope e sensação de “coração parando”. Escutas repetidas da FC registraram 35 bpm. Pouco cuida de si, em favor da filha. Esta, veio à luz, em 1986, de parto domiciliar, com intensa ictérica. Aos 3 meses, foi hospitalizada durante um mês com diagnóstico de hepatite. Aos dois meses teve a primeira convulsão, hoje, tem até dez convulsões diárias, apesar de 4 anticonvulsivantes. Andou com 7 anos, não fala, baba muito, é obesa, boquiaberta e tem membros hipertônicos. FC 104 bpm, tudo indica que teve doença infecciosa congênita. Finalmente em 2022 ficou restrita ao leito, onde faz todas as necessidades.

Conclusão

A mãe é a cuidadora da filha há anos. Pergunta-se, como alguém carente de marcapasso, com risco de morte súbita e provável megaesôfago pode prestar tais cuidados? Mas presta. Esta mãe, simboliza muitos lares do interior goiano, que vivem em situação similares de estresse diário, e a doença de Chagas ainda é um dos fatores contribuintes para esse estilo de vida.

Agradecimentos

Agencia Financiadora: CNPq

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Cleudson Nery Castro