Dados do Trabalho


Título

Padrões espaciais e temporais dos óbitos por covid-19 no estado do Ceará, de 2020 a 2022

Introdução

Objetivo (s)

Caracterizar a dinâmica espaço-temporal da mortalidade por covid-19 nas quatro primeiras ondas epidêmicas nos anos de 2020 a 2022 no estado do Ceará

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico de análise espaço-temporal pelo programa SaTScan 10.0.1 e cujas unidades de análise foram os 184 municípios do estado do Ceará. Foi utilizado os dados do SIM nos quais a covid-19 foi mencionada como causa básica ou associada de morte por município de residência. Os dados populacionais foram obtidos do DATASUS. A unidade temporal utilizada foi a semana epidemiológica (SE) de forma sequencial ao longo dos 3 anos. O nível de significância usado foi de 99%.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 31.978 óbitos por covid-19. Na primeira onda, o cluster principal ocorreu na SE 17 e o município sede foi Fortaleza (RR=4,87), os clusters secundários ocorreram nas SE 18 e 19, no litoral oeste (RR=3,93), na região de centro norte (RR=3,13) e no litoral norte (RR=3,06); posteriormente seguiram para o interior do estado pelo Sertão Central (SE 20; RR=2,29), e, na SE 26, na região do Cariri (RR=3,38), Centro-sul (RR=2,45) e Vale do Jaguaribe (RR=2,64). Na segunda onda, os clusters iniciaram na SE 07/2021. Os clusters principais foram um na região metropolitana de Fortaleza (RR=4,88), 2 na região do litoral norte (SE 07/2021; RR=4,58; SE 08/2021; RR=3,23) e um na região de Sobral (RR=5,02). Os clusters secundários de 2021 foram localizados: no Sertão de Crateús (SE 07/2021; RR=2,67; SE 11/2021; RR=2,54), no Sertão Central (SE 07/2021; RR=2,49; SE 14/2021; RR=4,07), no litoral oeste (SE 08/2021; RR=3,96), no litoral leste (SE 09/2021; RR=2,62), no Maciço de Baturité (SE 10/2021; RR=3,07), no Cariri (SE 10/2021; RR=3,26; SE 11/2021; RR=4,58; SE 13/2021; RR=3,24), no Sertão dos Inhamuns (SE 13/2021; RR=4,39; SE 16/2021; RR=3,15), no Centro-sul (SE 15/2021; RR=3,28) e no Vale do Jaguaribe (SE 15/2021; RR=2,43). A terceira e a quarta onda apresentaram características semelhantes com um padrão difuso e localização dos ativação de vários clusters em todo o território quase ao mesmo tempo. Todos os cluster nas quatro ondas epidêmicas foram significantes. Na primeira onda houve uma dispersão dos óbitos da capital e sua região metropolitana para as áreas litorâneas e em seguida para o interior. Por outro lado, na segunda, na terceira e na quarta onda os clusters de óbitos se deram de maneira simultânea em todo o estado. Indicando uma disseminação mais intensa e rápida da doença.

Palavras-chave

COVID-19. Análise Espaço-Temporal. Epidemiologia.

Agradecimentos

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Mariana Prado do Amaral, Ana Maria Peixoto Cabral Maia, Aline Silva de Oliveira, Adriana Rocha Simião, Luciano Pamplona de Goés Cavalcanti, Jorg Heukelbach, Carlos Henrique Morais de Alencar