Dados do Trabalho


Título

Identificação in silico de epítopos específicos de célula B em glicoproteínas de hantavírus causadores de síndrome pulmonar.

Introdução

A infecção por hantavírus pode causar uma doença respiratória grave chamada síndrome pulmonar por hantavírus (SPH). Os sintomas da SPH incluem febre, dores musculares e falta de ar, que podem progredir para uma grave insuficiência respiratória com elevada letalidade. No Brasil, foram registrados mais de 200 casos nos últimos anos, com letalidade em torno de 40%. Atualmente não há tratamento específico ou vacina para a infecção por hantavírus. Hantavírus são vírus envelopados, que possuem em sua cápsula glicoproteínas (Gn e Gc) relacionadas ao reconhecimento e entrada em células dos hospedeiros, consideradas os principais alvos de anticorpos neutralizantes. Contudo, a ampla diversidade de espécies causadoras de doenças em humanos e a complexidade estrutural destas proteínas, dificultam o desenvolvimento de vacinas e terapias.

Objetivo (s)

Assim, propomos o uso da imunoinformática, como abordagem promissora para identificação de alvos de anticorpos nas glicoproteínas do hantavírus Andes, uma das principais espécies causadoras de SPH na América Latina, e compará-los com outros hantavírus associados a doenças em humanos.

Material e Métodos

Utilizamos a sequência da proteína obtida no banco de dados Uniprot (Q9E006), analisamos essas sequências utilizando sete algoritmos de predição diferentes. Além disso, avaliamos alergenicidade (AllercatPro), toxicidade (ToxinPred), antigenicidade (Vaxijen) dos epítopos preditos e o grau de conservação (IEDB) dessas sequências, dentre as glicoproteínas de diferentes espécies de hantavírus associados a doenças em humanos.

Resultados e Conclusão

Nove sequências foram preditas como epítopos lineares de célula B, dos quais apenas 4 foram selecionados como candidatos vacinais, por serem também considerados antigênicos, não-alergênicos e não tóxicos. E quando avaliamos o grau de conservação, observamos que todos os epítopos preditos apresentaram grau identidade maiores que 55% quando comparados a espécies associadas a SPH (Sin Nombre e Rio Mamoré), enquanto apenas o epítopo predito na proteína Gc foi conservado também com espécies de hantavírus associadas a HFRS (Seoul, Haantan, Puumala). Desse modo, nosso estudo identifica in silico quatro epítopos lineares alvos de anticorpos, que poderão ser explorados no desenvolvimento de vacinas baseadas em epítopos e desenvolvimento anticorpos para imunoterapia de SPH.

Palavras-chave

Hantavirus; Imunoinformática; Epítopos de célula B;

Agradecimentos

O presente estudo está sendo realizado com apoio da CAPES, Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses e IOC/FIOCRUZ.

Área

Eixo 02 | Tecnologia e Inovação em saúde

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Silvia da Silva Fontes, Fernando Paiva Conte, Jorlan Fernandes, Rodrigo Nunes Rodrigues-Da-Silva, Renata Carvalho De oliveira