Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NA REGIÃO DO XINGU (PARÁ) ENTRE OS ANOS DE 2012 E 2022

Introdução

Acidentes por animais peçonhentos são um importante problema de saúde pública, sobretudo em países de clima tropical, como o Brasil. Acidentes com estes tipos de animais são de notificação obrigatória junto ao Ministério da Saúde, além de ser considerada uma Doença Tropical Negligenciada (DTN) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Objetivo (s)

Analisar o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos na região do Xingu (estado do Pará) no período de 2012 a 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal e descritivo, relacionado aos casos de acidentes com animais peçonhentos na região do Xingu que fica localizada no estado do Pará. Os dados analisados foram entre os anos de 2012 a 2022 e a coleta foi realizada no mês de março de 2023 através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisados os dados referentes a variação temporal, o sexo, idade, raça/etnia, escolaridade, tipo de animal causador do acidente e a classificação dos casos.

Resultados e Conclusão

Entre os anos de 2012 e 2022 foram notificados 11.340 casos de acidentes por animais peçonhentos na região do Xingu, representando cerca de 12,58% do total de casos registrados no Estado do Pará. Os três municípios que mais registraram ocorrências foram Altamira (22,65%), Uruará (17,93%) e Brasil Novo (16,82%), somando mais da metade dos casos notificados. Referente ao perfil das vítimas, houve prevalência no sexo masculino (71,91%), faixa etária de 20 a 39 (36,71%), pardos (73,30%) e com escolaridade fundamental 1 incompleto (16,75%). Com relação ao tipo de acidente, os ataques predominantes são por escorpião (57,65%), o que difere muito do padrão do resto do estado do Pará onde prevalecem ataques por serpente. Os casos, em sua maioria, foram considerados leves (64,59%) e apenas 0,34% dos casos evoluíram para óbito, dos quais 56,41% foi consequência de ataque por escorpião. Diante do exposto, pode-se observar o perfil epidemiológico dos casos de acidente por animais peçonhentos, bem como o principal agente causador desse tipo de acidente na região do Xingu. Tornando-se necessário capacitar a comunidade em geral sobre como prevenir os acidentes por animais peçonhentos, em especial por escorpião, assim como instruir a população sobre os cuidados que devem ser adotados diante dessas ocorrências.

Palavras-chave

Animais peçonhentos; Acidentes por animais peçonhentos; Saúde pública.