Dados do Trabalho


Título

Análise histopatológica pulmonar em casos fatais de COVID-19 no estado da Bahia, Brasil

Introdução

No início de 2020, o SARS-CoV-2 causou uma grande pandemia com elevado número de óbitos ao redor do mundo e levou a uma sobrecarga do sistema de saúde de diversos países. Apesar dos rápidos avanços na compreensão da COVID-19, doença causada pelo SARS-CoV-2, ainda existem lacunas no conhecimento sobre as lesões teciduais e os mecanismos de agravamento na COVID-19.

Objetivo (s)

O trabalho visa descrever as alterações histológicas pulmonares em casos fatais de COVID-19 no estado da Bahia.

Material e Métodos

Dezesseis casos de COVID-19 internados no Instituto Couto Maia que tiveram desfecho fatal foram submetidos a autópsia minimamente invasiva guiadas por ultrassonografia (AMIGUS). As AMIGUS foram realizadas entre 6 e 10 horas após o falecimento. Nas AMIGUS, fragmentos dos principais órgãos foram coletados usando-se agulhas coaxiais e Tru-Cut. Os fragmentos dos quatro quadrantes (superior lateral-QSL e medial-QSM e inferior lateral-QIL e medial-QIM) do pulmão direito e do esquerdo foram coletados fixados em paraformaldeído 4% e processados de rotina e lâminas histológicas foram coradas por H&E. Na análise microscópica, foram avaliados os septos alveolares, a luz dos alvéolos e os vasos sanguíneos. Os fragmentos de pulmão de cada caso foram avaliados em conjunto. Os achados foram classificados quanto a extensão em: ausente, focal (em <50% da amostra) e difuso (em >50% da amostra).

Resultados e Conclusão

A mediana (M) da idade dos indivíduos foi de 60 anos e 71,4% eram homens. As comorbidades mais frequentes foram hipertensão: arterial sistêmica e obesidade, observadas em 64,2% e 57,1% dos casos, respectivamente. O tempo total de doença e de internamento em UTI foram de 20 dias (M) e 10,5 dias (M), respectivamente. Na análise histológica, os principais achados foram: a) descamação de pneumócitos (100%), b) congestão capilar (93,7%), c) hiperplasia e hipertrofia de pneumócitos tipo II (93,7%) e d) membrana hialina (75%). Esses achados mostraram uma distribuição focal em >60% dos casos. O padrão de dano alveolar difuso foi detectado em todos os casos, sendo 62,5% na fase proliferativa, 37,5% na fase exsudativa e nenhum na fase fibrótica. Em conclusão, a partir da avaliação histopatológica do tecido pulmonar dos casos fatais, foram um conjunto de alterações teciduais relacionadas à progressão da doença e ao desfecho fatal da COVID-19.

Palavras-chave

COVID-19; Patologia; Autópsia minimamente invasiva; Pulmão.

Agradecimentos

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz BA
Instituto Couto Maia (ICOM)

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Leonardo Magalhães Andrade e Silva, Luiz Antônio Rodrigues de Freitas, João Victor Simões Castro Perrone, Lilian Verena da Silva Carvalho, Fabiana Santana Souza, Washington Luís Conrado dos Santos, Geraldo Gileno de Sá Oliveira