Dados do Trabalho
Título
Diversidade genética de Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810) e inferência sobre a raiva no extremo leste maranhense na divisa com o estado do Piauí, Nordeste do Brasil
Introdução
A ordem Chiroptera representa a segunda maior em diversidade de espécies, desempenhando atividade direta na sinergia dos ecossistemas, enquanto consumidores, os morcegos ocupam quaisquer níveis tróficos na cadeia alimentar. Agem como hospedeiros de uma diversa microbiota, como o vírus da raiva, Lyssavirus, este, com significativo impacto sobre humanos e rebanhos animais. A espécie hematófaga Desmodus rotundus tem grande distribuição na região Neotropical, e no Brasil, tem registro em todos os biomas.
Objetivo (s)
apresentar a caracterização genética de D. rotundus a partir do marcador mitocondrial rRNA 16S e expor informes sobre a circulação do vírus rábico na área limítrofe entre o extremo leste maranhense e o estado do Piauí
Material e Métodos
Os animais foram coletados por meio da coleta passiva na Área de Preservação Ambiental Municipal do Inhamum localizada na cidade de Caxias/Maranhão. As expedições foram licenciadas pelo ICMBIO/SISBIO nº 42670-1 e ocorreram em três noites consecutivas durante seis horas com exposição de seis redes de neblina, perfazendo um esforço amostral de 3.888 horas/rede. Os animais foram submetidos à mensuração morfométrica, biomassa e sexagem. Material biológico, como tecidos musculares foram retirados para inferência molecular a partir de técnicas de extração de DNA, amplificação do gene rRNA 16S e sequenciamento. As análises filogenéticas foram obtidas por meio dos softwares específicos para alinhamento de sequências e de construção de matriz de divergência genética. Na análise das sequências, foram usadas árvores filogenéticas de agrupamento de vizinhos, máxima verossimilhança e máxima parcimônia. Foram analisadas 22 sequências do gene rRNA 16S com 552 pares de bases e como grupo externo foi utilizada a sequência de Myotis nigricans, morcego pertencente à família Vespertilionidae
Resultados e Conclusão
O uso do marcador descrito evidenciou a ocorrência de uma única espécie com elevado suporte estatístico, informação subsidiada pelos baixos valores percentuais apresentados na matriz de divergência. Amostras encefálicas foram submetidas ao exame de Imunofluorescência Direta (IFD). E como resultado, não foi observado nenhum caso de positividade quanto à presença do vírus rábico. Sugere-se então que, mesmo com dados negativos para a circulação do vírus rábico em morcegos nesta área, estratégias de monitoramento devem ser mantidas vigilantes.
Palavras-chave
DNA, Hematofagia, Lyssavirus, Marcador mitocondrial, Raiva.
Agradecimentos
Instituto Federal do Piauí (IFPI)
Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
Área
Eixo 01 | Ambiente e saúde
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
MARCELO CARDOSO DA SILVA VENTURA, MARCO AURÉLIO PEREIRA HORTA, MARCOS VINÍCIUS COSTA SANTOS, RANDYSON DA SILVA PINHEIRO, MICHAEL ANDERSON TENEU COSTA, JÉSSICA MILENA MOURA NEVES, JURECIR DA SILVA