Dados do Trabalho

Título

Aglomerados espaciais de alto risco para casos e óbitos maternos relacionadas à COVID-19 no Brasil: um estudo ecológico de base populacional

Introdução

Introdução: O Brasil é um país com dimensões continentais e com grandes disparidades relacionadas ao sistema de saúde. Por isso, é necessário analisar espacialmente áreas de risco para casos e óbitos maternos decorrentes da COVID-19.

Objetivo (s)

Objetivo: Analisar os aglomerados espaciais de alto risco para casos e mortes maternas relacionadas à COVID-19 no Brasil.

Material e Métodos

Métodos: Estudo ecológico de base populacional, utilizando a técnica de varredura espacial para todos os casos e óbitos por COVID-19 em gestantes e puérperas com idade de 13 a 48 anos, positivas para a COVID-19 no Brasil. O número de casos e mortes por COVID-19 foi obtido a partir do conjunto de dados SIVEP-Gripe, posteriormente, comparou-se os determinantes sociais dos municípios que apresentaram risco relativo significativo com aqueles que não foram significativos. Todas as análises foram feitas no software R, versão 4.2.2, e o nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados e Conclusão

Resultados: O Brasil apresentou 87 clusters de alto risco para os casos de COVID-19 na população obstétrica entre os anos de 2020 e 2022, os quais foram distribuídos nas cinco regiões brasileiras, sendo 11 clusters de alto risco na região Norte, 13 na Nordeste, 8 no Centro-Oeste, 31 na Sudeste e 24 no Sul do país. Em relação à mortalidade materna, o Brasil apresentou 20 clusters de alto risco, os quais foram distribuídos conforme a região: Norte (5 clusters), Nordeste (7 clusters), Centro-Oeste (2 clusters), Sudeste (3 clusters) e o Sul (3 clusters). Observou-se que os municípios com melhor IDHM (p<0,000; TE: -0,61), IDHM de educação (p<0,000; TE: -0,64) e IDHM de renda (p<0,001; TE: -0,58), menores taxas de analfabetismo (p< 0,000; TE: 0,51) e maiores Índices de Gini (p<0,001; TE: -0,52) apresentaram maior risco para óbitos em gestantes relacionados à COVID-19. Conclusão: A distribuição dos casos incidentes de COVID-19 e das mortes maternas ocorrem de forma heterogênea nas regiões brasileiras. Municípios com melhores indicadores socioeconômicos e com maiores disparidades internas relacionadas aos bolsões de pobreza apresentaram maior risco relativo para casos e óbitos maternos.

Palavras-chave

Palavras-chave: Infecções por SARS-CoV-2; Mortalidade Materna; Distribuição espacial.