Dados do Trabalho
Título
RAIVA ANIMAL NO ESTADO DO CEARÁ: MUDANÇA DE PADRÃO DE POSITIVIDADE EM UM PERÍODO DE 21 ANOS.
Objetivo (s)
Descrever a tendência temporal dos casos positivos de raiva animal no estado do Ceará, entre os anos de 2000 a 2020.
Material e Métodos
O Ceará está situado na região Nordeste do Brasil, tem como limites o Oceano Atlântico ao Norte, o estado do Piauí a Oeste, os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba ao Leste, e o estado de Pernambuco ao Sul e é subdividido em 184 municípios. Utilizou-se dados secundários da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. Foram considerados como caso todo resultado laboratorial positivo por meio dos testes de imunofluorescência direta e prova biológica. Os casos confirmados nas espécies canina, felina, quirópteros, sagui, canídeos silvestres, guaxinim e herbívoros foram dispostos por ano de registro e calculadas suas frequências absolutas e relativas.
Resultados e Conclusão
Das 21.788 amostras analisadas, 1.299 (5,96%) foram positivas. A maior frequência de positividade foi em cães (340; 26,2%) e morcegos (329; 25,35%), destaca-se que 96% (316) eram morcegos não hematófagos. Em seguida vieram: canídeos silvestres (231; 17,8%), bovinos (222; 17,1%), saguis (88; 6,8%), gatos (40; 3,1%), asininos, muares e ovinos (32; 2,4%) e guaxinins (17; 1,3%). Até o ano de 2003, os animais domésticos correspondiam a 71% (308) dos positivos, 64,6% em cães e 6,4% em gatos. De 2004 a 2011, a positividade em animais domésticos reduziu (46; 17,2%). Por outro lado, houve um crescimento expressivo em animais silvestres (126; 47,1%). A partir de 2011, os morcegos se destacaram, com elevação progressiva do número de positivos, até atingir o pico de 91(27,6%) no ano de 2019. Os casos em saguis, canídeos silvestres, guaxinins e herbívoros estão distribuídos de forma semelhante ao longo dos 21 anos, com maior positividade nos anos de 2012 (14; 28%), 2018 (21; 26,2%), 2004 (3; 7,8%) e 2015 (38; 54,2%), respectivamente. Houve mudanças na dinâmica da positividade das espécies transmissoras. A positividade em animais domésticos reduziu, manteve-se estável após o ano de 2003. Entretanto, os animais silvestres, principalmente os morcegos não hematófagos, representam os principais reservatórios do vírus. Assim, há um sinal de alerta, visto que a positividade em animais silvestres está elevada, o que aumenta o risco de transmissão para os animais domésticos bem como para humanos.
Palavras-chave
Raiva; temporal; epidemiologia descritiva
Área
Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
KATARINY MICHELLE DE ARAÚJO PINHEIRO TAVARES, NAYLÊ FRANCELINO HOLANDA DUARTE, ANNA KAROLINNE MORAIS E ARAÚJO, BRUNA HOLANDA DUARTE, CARLOS HENRIQUE ALENCAR