Dados do Trabalho


Título

Monitoramento de vetores em potenciais focos de transmissão de leishmaniose cutânea do município de Porto Velho, Rondônia

Introdução

Um dos desafios na aplicação de estratégias e estudos sobre Leishmaniose Cutânea (LC) em áreas endêmicas é a complexidade da tríade epidemiológica. Considerando que o perfil de transmissão pode variar com a localidade, podemos ter diferentes prevalências de vetores e espécies de Leishmania.

Objetivo (s)

O presente estudo avaliou a diversidade de flebotomíneos para identificar potenciais transmissores de Leishmania, verificar as fontes de repasto utilizadas pelos flebotomíneos e com essas informações, elaborar um relatório robusto para importância do monitoramento de vetores de leishmaniose e fortalecimento de ações de prevenção e controle da doença.

Material e Métodos

Para isso, foram realizadas coletas de flebotomíneos em ambientes de mata e peridomicílio utilizando armadilhas luminosas nas seguintes localidades: Nova Califórnia (NC), Vista Alegre do Abunã (VAA) e União Bandeirantes (UB), município de Porto Velho/RO. Para as fêmeas ingurgitadas foi realizada a extração de DNA para verificar fontes de repasto.

Resultados e Conclusão

Foi observado um total de 6.134 indivíduos (3742♀♀, 2392♂♂) distribuídos em 58 espécies e 15 gêneros. As espécies mais abundantes foram Nyssomyia whitmani (n=1058, 17,2%), Psychodopygus davisi (n=888, 14,5%), Trichophoromyia melloi (n=530, 8,6%), Psychodopygus hirsutus (n=396, 6,5%) e indivíduos de Trichophoromyia spp. (n=932, 15,2%). Dentre os distritos foi observado uma maior abundância e riqueza de espécies em NC (n=3460, 49 espécies), seguida por VAA (n=1677, 47 espécies) e UB (n=977, 42 espécies). Além disso, a diversidade foi maior no ambiente de mata (n=6.012, 55 espécies) comparado ao peridomicílio (n=122, 28 espécies). Para a detecção de fontes de repasto foram observadas 100 fêmeas ingurgitadas (Mata=91, Peridomicílio=9) de 21 espécies, sendo mais abundantes P. davisi, N. antunesi e P. hirsutus. Os dados do presente estudo demonstram uma maior diversidade de flebotomíneos nos ambientes florestais mais íntegros, entretanto a presença de potenciais vetores em ambientes degradados são dados que podem ser utilizados para a vigilância em áreas rurais do município de Porto Velho. Os dados sobre fontes de repasto podem auxiliar no entendimento sobre ciclos de transmissão da doença na região e contribuir com o aumento das medidas de controle da LC nas localidades estudadas.

Palavras-chave

Flebotomíneos, Diversidade, Amazônia, Hospedeiros

Agradecimentos

FAPERO, CAPES

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Janaina Danielle Alves, Victor Lourenço da Costa, Cristof Kaleo Belleza Marques, Gabriel Rodrigues de Souza, Ivaneide Nunes da Costa, Jansen Fernandes Medeiros, Antônio Marques Pereira Júnior