Dados do Trabalho
Título
COVID-19 recorrente está relacionada a um perfil de linfócitos T IFN-γ+ enquanto a positividade para IgG anti-S1 se relaciona a linfócitos T multifuncionais
Introdução
A recorrência da COVID-19 é caracterizada por um novo acometimento da doença, que pode ser explicada por uma reinfecção ou recidiva da infecção inicial. Apesar dos esforços, os mecanismos relacionados a recorrência da doença não foram completamente esclarecidos.
Objetivo (s)
Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a multifuncionalidade de linfócitos T em pacientes com recorrência da COVID-19.
Material e Métodos
Para isso, 34 pacientes foram selecionados e alocados em três grupos: grupo COVID-19 recorrente (pacientes com história de múltiplos episódios da doença), grupo COVID-19 isolada (pacientes com quadro único da doença), grupo Controle (pacientes sem história clínica de COVID-19). A produção de anticorpos IgG anti-S1 e anti-NCP foi avaliada no soro dos pacientes. O fenótipo de células T multifuncionais foi avaliado quanto a produção de INF-γ, IL-2 e TNF-α. Todas as análises foram realizadas antes e após a vacinação para COVID-19 (duas doses).
Resultados e Conclusão
Inicialmente, foi observado que cerca de metade dos pacientes com história da COVID-19 não apresentavam positividade para anticorpos anti-S1 e anti-NCP, tornando-se significativamente soroconvertidos para anti-S1, em todos os grupos, após a vacinação. Clinicamente, os pacientes com COVID-19 recorrente apresentaram maior necessidade de atendimento de urgência. A análise do fenótipo de linfócitos T CD4 e CD8 revelou que os pacientes do grupo COVID-19 recorrente apresentavam um perfil de células predominantemente secretoras de INF-γ e que a vacinação induziu uma mudança de perfil, com domínio de células produtoras de TNF-α, previamente associados com uma resposta mais protetora. Por outro lado, não foram observadas diferenças específicas quanto ao fenótipo de células duplo- ou triplo-funcionais. Ainda, os pacientes com história de COVID-19, independente do número de episódios, e soropositivos para IgG anti-S1 antes da vacinação, apresentam maior variedade de linfócitos T CD4 e CD8 duplo- e triplo-funcionais quando comparados àqueles soronegativos para IgG anti-S1. A vacinação não alterou diretamente os níveis de linfócitos T multifuncionais. Em conclusão, é possível que a recorrência da COVID-19 ou a soronegatividade após infecção estejam relacionados a uma montagem inadequada da resposta imune o que possibilite o aparecimento de novos quadros da doença, porém novos experimentos são necessários para explorar os mecanismos.
Palavras-chave
COVID-19. Recorrência. SARS-CoV-2. Resposta imune. Vacinação.
Agradecimentos
CAPES; CNPq e FAPESP.
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
Camilla Natália Oliveira Santos, Gustavo Costa Caldas, Fabricia Alvisi de Oliveira, Angela Maria Silva, Ricardo Luís Louzada da Silva, Priscila Lima dos Santos, João Santana Silva, Amélia Ribeiro de Jesus, Roque Pacheco de Almeida, Lucas Sousa Magalhães