Dados do Trabalho
Título
LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO, CLÍNICO E ESPACIAL
Introdução
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença de transmissão vetorial causada por protozoários do gênero Leishmania, que atinge o ser humano e animais. Os principais sinais/sintomas são febre e esplenomegalia, acompanhados ou não de hepatomegalia, e pancitopenia. O Brasil concentra mais de 97% dos casos nas Américas. O estudo foi motivado pela necessidade de conhecer a dinâmica espacial e temporal no território do Rio de Janeiro, identificando áreas de risco.
Objetivo (s)
Estudar a endemia de LV humana no estado do Rio de Janeiro de 2001 a 2020, através das fichas de notificação ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), visando analisar características clínicas, sociodemográficas, temporais e espaciais, e casos de LV canina.
Material e Métodos
Estudo observacional descritivo com abordagens temporais e espaciais dos casos humanos e caninos notificados ao SINAN no RJ. A metodologia incorporou: 1) Análise descritiva dos casos de LV humana, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico; 2) Descrição das características sociodemográficas e clínicas; 3) Análises espaciais.
Resultados e Conclusão
Houve 97 casos de LV humana no RJ entre 2001 e 2020 e 625 cães com LV canina entre 2011 e 2020. Os maiores picos aconteceram nos anos de 2017 e 2019. Verificou-se que a endemia pela LV humana no RJ é urbana (91,8%), com 23,9% do território afetado e uma clara tendência de crescimento. A letalidade no período estudado foi de 14,4%, elevada comparando-se com a média brasileira (7,8%). A forma clínica clássica (febre e hepatoesplenomegalia) predominou, com complicações em 47,4% dos casos. A coinfecção LV-HIV/AIDS representou 13,6% dos pacientes nos casos em que a informação sobre o HIV esteve presente. Houve um aumento da média do tempo entre o início dos sintomas e o tratamento, à medida que avançou a idade (para pacientes de 20 anos ou mais, p<0,05). A análise espacial mostrou que a área endêmica do RJ teve um deslocamento no tempo, da região Metropolitana para o Médio Paraíba. Entre 2011 e 2020 os casos humanos se concentraram na região Médio Paraíba e na capital, enquanto que a LV canina se concentrou em três áreas de maior intensidade na região metropolitana e na região do Médio Paraíba. A limitação principal do estudo foi a qualidade das informações no SINAN. É preciso que as políticas públicas no RJ fomentem e apoiem uma urbanização com infraestrutura pública adequada e condições de vida mais favoráveis.
Palavras-chave
Leishmaniose visceral; Epidemiologia Clínica; Análises espaciais
Agradecimentos
Capes/Fiocruz
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
ALEX OLIVEIRA VASCONCELOS, SANDRO JAVIER BEDOYA-PACHECO, RAFAEL RAMALHO CUNHA E SILVA, TAYANA PATRÍCIA SANTANA OLIVEIRA SÁ, MARIA INÊS FERNANDES PIMENTEL