Dados do Trabalho
Título
POLIMORFISMO NO GENE APOE E A HANSENÍASE EM UMA POPULAÇÃO DO AGRESTE ALAGOANO
Introdução
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, foram registrados no mundo 140.546 novos casos de hanseníase em 2021. Com o Brasil apresentando a taxa de detecção de 8,58/100 mil hab., sendo o segundo no ranking mundial. Já o estado de Alagoas, em 2021, apresentou a taxa de 7,84/100 mil hab., considerada de média endemicidade. A hanseníase é uma doença crônica, causada por Mycobacterium leprae e Mycobacterium lepromatosis. Dentre os marcadores genéticos da doença, os SNPs são os mais investigados, pois podem modificar a expressão ou ativação molecular e são de grande interesse para se entender a predisposição à doença. O gene APOE está relacionado ao metabolismo lipídico, e o acúmulo de lipídios nos macrófagos favorece a sobrevivência da micobactéria, configurando esse gene e seus SNPs como fatores de risco à hanseníase. Estudos já realizados mostraram associação dos SNPs no gene APOE com a hanseníase em várias populações, no entanto, ainda não havia sido caracterizada em Alagoas.
Objetivo (s)
Avaliar associação do SNP rs405509 no gene APOE com a hanseníase na população do agreste de Alagoas.
Material e Métodos
Foi realizado um estudo do tipo caso-controle, utilizando amostras de sangue total periférico de indivíduos com hanseníase (casos) e sem hanseníase (controles), recrutados no município de Arapiraca-AL. Após a coleta das amostras e extração do DNA (salting out), foi realizada a genotipagem por meio de PCR em tempo real (StepOne, Applied Biosystems). As análises estatísticas foram feitas utilizando a Odds Ratio (OR) como medida de associação, através da ferramenta SNPStats (modelos genéticos dominante, codominante, recessivo, sobredominante e log aditivo).
Resultados e Conclusão
Foram recrutados 188 pacientes e 264 controles, sendo maioria do sexo masculino em ambos os grupos (62% casos e 64% controles). O SNP no gene APOE apresentou frequência para o alelo T (alelo polimórfico) de 39% em controles e 40% em casos, e em relação ao genótipo foi observada frequência de 17% vs. 14,8% de TT em pacientes e controles, respectivamente. As análises genéticas revelaram que o rs405509-TT não foi associado com a hanseníase, de acordo com todos os modelos genéticos analisados (OR modelo genético de sobredominante= 0,89, IC= 0,61-1,29, p= 0,54). Diante disso, o SNP rs405509 não foi associado à predisposição a risco ou proteção à doença na população do agreste alagoano. Esses achados contribuem para elucidar o papel da influência genética da hanseníase.
Palavras-chave
APOE. Caso-controle. Genética Humana e Médica.
Agradecimentos
PPSUS/FAPEAL/CNPQ/CAPES
Área
Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Heloisa de Almeida Freitas, Vanderson Ferreira Lima, Susana Paiva Oliveira, Luana Karen Correia dos Santos, Karla Regina Celestino Nogueira, Kamila Pereira dos Santos, Nathalí da Silva Araújo, Mikael Nikson Vilela Tenório da Paz, Ayara Jhulia Palmeira Dantas Lima, Vitória Ingryd dos Santos Cardoso, Carolinne de Sales Marques