Dados do Trabalho

Título

Internações por Paracoccidioidomicose no estado do Rio de Janeiro (2008 - 2022)

Introdução

A paracoccidioidomicose é uma doença fúngica sistêmica causada pelas espécies Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii, uma das principais micoses endêmicas da América do Sul. A sua infecção ocorre através da inalação de esporos do fungo presentes no solo.

Objetivo (s)

Analisar as internações por paracoccidioidomicose no estado do Rio de Janeiro entre 2008-2022.

Material e Métodos

Estudo descritivo das internações por paracoccidioidomicose no estado do Rio de Janeiro no período de 2008 a 2022. Os dados foram retirados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS), disponibilizados pela Secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro (https://www.saude.rj.gov.br/informacao-sus/dados-sus).
As taxas de internação foram calculadas para o estado e para os dez municípios com mais ocorrências entre 2008 e 2022, pela divisão do número de casos por 100.000 habitantes, para o período global. Foram analisadas as distribuições proporcionais por idade (faixas etárias de 10 anos) e por sexo.

Resultados e Conclusão

As internações por paracoccidioidomicose, ocorridas no âmbito do SUS nas cidades do estado do Rio de Janeiro no período de 2008 a 2022, somaram 486 casos, com uma média de 34 internações por ano. A cidade com maior número de internações foi o Rio de Janeiro, seguida de Petrópolis, São Gonçalo, Volta Redonda e Barra Mansa.
No entanto, considerando as diferentes populações municipais, a taxa de internação pelo agravo foi mais elevada na cidade de Vassouras (3,57/100.000 hab.), seguida de Petrópolis (1,40), Barra Mansa (0,84) e Itaperuna (0,71).
As internações por paracoccidioidomicose ocorreram predominantemnte no sexo masculino (70,1%). Quanto à idade, o maior percentual ficou na faixa de 50 a 59 anos, quase 20% do total, seguida daquela entre 40 e 49 anos (17,5%).

Comparado ao período de 1998 a 2006, houve queda na taxa de internações, mas a paracoccidioidomicose segue como uma das mais frequentes micoses sistêmicas. Manteve-se o perfil de maior ocorrência em homens adultos. Destacam-se as altas taxas de internações em cidades de pequeno e médio porte, podendo ter relação com maior atividade agrícola, população rural e presença de Hospitais Universitários que facilitem o diagnóstico.

O uso do SIH-SUS permitiu descrever de forma indireta o padrão de morbidade por paracoccidioidomicose, mas é importante que seja implantada a notificação compulsória, para ampliar o conhecimento do agravo.

Palavras-chave

Paracoccidioidomicose, internação hospitalar, taxa de morbidade