Dados do Trabalho


Título

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS, CLÍNICAS E LABORATORIAIS DOS PACIENTES COM CROMOBLASTOMICOSE ATENDIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MÜLLER, CUIABÁ-MT, BRASIL

Objetivo (s)

O objetivo desta pesquisa foi determinar as características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais da cromoblastomicose em pacientes de Mato Grosso atendidos no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), Cuiabá – MT, no período de janeiro de 2015 até dezembro de 2020.

Material e Métodos

Os dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos através da aplicação da ficha elaborada especificamente para este fim. Os isolados preservados foram identificados pela micromorfologia e sequenciamento dos genes ITS (rDNA Internal Transcribed Spacer) and β-tubulin (BT2). A susceptibilidade aos antifúngicos anfotericina B, voriconazol, itraconazol, 5-fluorocitosina e terbinafina foi determinada pela técnica de microdiluição em caldo.

Resultados e Conclusão

No período do estudo, 10 pacientes com cromolastomicose foram selecionados. A média de idade foi de 64,1 anos (49-91 anos), a maioria do sexo masculino (9 pacientes).
O tempo médio de evolução da doença desde o aparecimento das lesões até o diagnóstico foi de 102,6 meses (8,6 anos), variando de 2 a 240 meses.
A localização mais frequente das lesões foi nos membros inferiores (7 pacientes), com predomínio de lesões verrucosas e cicatriciais. Dois pacientes apresentavam lesões mistas. Três pacientes apresentaram lesão em um único sítio anatômico. Em 5 pacientes a doença foi
classificada como grave, e dois foi moderada e tres tinham doença leve.
O exame micológico direto (KOH 10%) foi positivo em 8/10 pacientes e o exame histopatológico em 5/8 pacientes. Os dez isolados foram identificados como Fonsecaea spp. e como F. pedrosoi pelos métodos moleculares. Para susceptibilidade aos antifúngicos, foram obtidos valores baixos de CIM para itraconazol, voriconazol e terbinafina. A terbinafina (CIM90 0,125 μg/ml) foi a droga mais ativa, seguida por voriconazol (CIM90 0,25 μg/ml) e itraconazol (CIM90 0,5 μg/ml).

A cromoblastomicose está presente no estado de Mato Grosso, Brasil, afetando pessoas em áreas rurais e urbanas, principalmente com ocupações ligadas à agricultura. Os pacientes apresentavam, em sua maioria, lesões verrucosas e cicatriciais, predominantemente nos membros inferiores. F. pedrosoi foi o agente etiológico em todos os casos.
Todos os isolados apresentaram MICs baixas para itraconazol, voriconazol e terbinafina confirmando sua importância como alternativas terapêuticas para a cromoblastomicose.

Palavras-chave

Cromoblastomicose, Fonsecaea pedrosoi, Mato Grosso, Brasil

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Armando Guevara, Leonardo Ribeiro Della Barba, Andreia Ferreira Nery, Márcia de Souza Carvalho Melhem, Lucas Bonfietti, Bruna Jacomel F. de Souza Lima, Ana Luiza Silveira Larrubia, Lara Ascencio Dangoni, Fernanda Ferreira Dias, Vânia Aparecida Vicente, Rosane Christine Hahn