Dados do Trabalho

Título

Magnitude e tendência temporal da recidiva de hanseníase no Brasil de 2015 a 2021

Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa com tropismo por nervos, pele e mucosas.

Objetivo (s)

Avaliar a magnitude e tendência temporal da recidiva da hanseníase no Brasil de 2015 a 2021.

Material e Métodos

Foram realizados um estudo descritivo transversal e um estudo ecológico de tendência temporal. Para organização e análise dos dados usou-se Stata 15.1 e Joinpoint Regression Program 4.9.1.0.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 10.305 casos. Predominaram casos de sexo masculino (66,8%), raça parda (57,9%), com ensino fundamental (52,7%) e nas faixas etárias de 30 a 39 anos (17.5%), 40 a 49 anos (22.3%) e 50 a 59 anos (23.4%). Destacaram-se as formas clínicas dimorfas (49,5), virchowiana (29,6%) e a classificação operacional multibacilar (92.2%). A magnitude da recidiva oscilou de 1.561 (15,2%) casos em 2015 para 1.155 (11,2%) casos em 2021, atingindo o maior pico em 2018 com 1.808 (17,5%) casos. A proporção de recidiva seguiu uma tendência de aumento em todo país (APC = 3,7; IC 95%: 0,4 - 7,3) e na região Norte (APC = 6,1; IC 95%: 3,8 – 8,4). Nas regiões Sudeste (APC = 1,6; IC 95%: -3,8 – 7,2), Centro-Oeste (APC = 2,2; IC 95%: -4,6 – 9,4), Sul (APC = -1,5; IC 95%: -9,6 – 7,3) e Nordeste (APC = 4,7; IC 95%: -2,8 – 12,8) houve uma tendência de estabilidade. Houve estabilidade no sexo masculino (AAPC = 3,9; IC 95%: -12 – 22,7) e feminino (AAPC = 4,8; IC 95%: -0,6 – 10,5). A recidiva está mais frequente na população masculina, em individuo pardo, com ensino fundamental e na faixa etária economicamente ativa. A tendência de recidiva foi de aumento em todo país. O uso de dados secundários foi considerado uma limitação impossibilitando usar certas variáveis.

Palavras-chave

Hanseníase; Epidemiologia; Estudos de Séries Temporais; Estudos Ecológicos