Dados do Trabalho

Name: 58º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Start: 2023-09-10
End: 2023-09-13
Location: Centro de Convenções de Salvador

Título

ECOEPIDEMIOLOGIA DAS LEISHMANIOSES NO ESTADO DO PIAUÍ: FAUNA ENTOMOLÓGICA, FONTE ALIMENTAR E TAXAS DE INFECÇÃO POR Leishmania spp.

Introdução

As Leishmanioses, visceral (LV) e tegumentar (LT) são zoonoses negligenciadas com ocorrência em todo o estado do Piauí, porém os estudos em LT são escassos. A diversidade bioecológica do estado, pode promover alterações nos elementos participantes da tríade epidemiológica destas doenças

Objetivo (s)

Diante disso, realizamos estudos para a compreensão do ciclo de transmissão dos agentes etiológicos no estado do Piauí, tendo como foco o parasito e vetor.

Material e Métodos

Foram selecionadas áreas que englobam vários ecossistemas brasileiros e regionais propiciando uma interação singular entre vetores, reservatórios e parasitos. Os flebotomíneos foram capturados, utilizando armadilha CDC e identificados taxonomicamente. As fêmeas, não ingurgitadas, foram destinadas a detecção do DNA de Leishmania pela Multiplex PCR, tendo como alvo o kDNA. As amostras positivas, foram genotipadas, através da clonagem e sequenciamento do gene hsp70. As fêmeas ingurgitadas foram submetidas ao sequenciamento do gene 12Sr-RNA para estudo da fonte alimentar.

Resultados e Conclusão

As espécies mais encontradas foram: Lutzomyia longipalpis, Nyssomyia whitmani, Nyssomyia intermedia e Migonemyia migonei, um total de 10,245 flebotomíneos foram capturados e uma amostragem de 799 fêmeas não-ingurgitadas foram direcionadas ao ensaio de Multiplex PCR, tendo a detecção do DNA de L. (V.) braziliensis e L. (L.) chagasi em Lu. longipalpis. A identificação das fontes alimentares foi realizada em 134 fêmeas ingurgitadas tendo 4 espécies de vertebrados sendo eles: Homo sapiens, Gallus gallus, Sus scrofa, e Canis lupus familiaris.A detecção do DNA de L (V.) braziliensis em Lu. longipalpis, é um dado novo no ciclo de transmissão deste parasito, destacando a necessidade de maiores estudos e também de vigilância para estas espécies de vetor e parasito, visto que as infecções de Lu. longipalpis por L. (V.) braziliensis estão sendo descritas em municípios do cerrado e da caatinga com presença constante LT e baixa quantidade de vetores ligados a esta forma clínica.