Dados do Trabalho


Título

COINFECÇÃO CROMOBLASTOMICOSE-HANSENÍASE EM MATO GROSSO

Objetivo (s)

O objetivo desta pesquisa foi determinar as caraterísticas epidemiológicas e clínicas da co-infecção cromoblastomicose-hanseníase em pacientes do estado de Mato Grosso, Brasil.

Material e Métodos

Foi realizada uma revisão retrospectiva dos prontuários médicos dos pacientes com diagnóstico de cromoblastomicose e hanseníase atendidos no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), no período de janeiro de 2016 até junho de 2021. Foram selecionados pacientes de ambos os sexos, atendidos no ambulatório de doenças infecciosas e tropicais do HUJM. As variáveis estudadas foram: idade, sexo, procedência, ocupação, história clínica pregressa, características clínicas e tratamento imunossupressor prévio.

Resultados e Conclusão

Foram encontrados 3 casos de coinfecção cromoblastomicose-hanseníase. A média de idades dos pacientes foi 71 anos (57-91 anos); dois pacientes do sexo masculino e um feminino. Os pacientes masculinos moravam em áreas rurais do interior do estado de Mato Grosso, e tinham ocupações relacionadas à agricultura. Um paciente tinha diagnóstico prévio de cromoblastomicose de 12 anos de evolução, doença ativa no momento do atendimento médico no HUJM; em dois pacientes foi feito o diagnóstico de ambas as doenças simultaneamente. O paciente com diagnóstico prévio de cromoblastomicose tinha sido tratado com fluconazol por 4 anos e itraconazol por 6 anos sem cura clínica. Dois pacientes apresentavam diferentes comorbidades não infecciosas (Hipertensão arterial sistémica, osteoporose, doença pulmonar obstrutiva crónica, insuficiência vascular periférica, hiperplasia prostática benigna). Nos prontuários clínicos não foi relatada a convivência ou contato com pacientes acometidos pela hanseníase nem antecedentes de ferimentos ou lesões no local anatómico da cromoblastomicose. Fonsecaea pedrosoi foi o agente etiológico da cromoblastomicose nos três casos.
A coinfecção em pacientes com cromoblastomicose ou hanseníase é incomum, mas a possibilidade deve ser sempre considerada, principalmente se o paciente estiver em tratamento imunossupressor ou for idoso.
Os casos relatados de coinfecção cromoblastomicose-hanseníase demonstram a importância do conhecimento sobre a epidemiologia das doenças infecciosas que coexistem na mesma região, o que pode permitir um diagnóstico mais preciso e precoce e uma melhora no prognóstico do paciente.

Palavras-chave

Cromoblastomicose, hanseníase, co-infecção, doenças negligenciadas, envelhecimento.

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Armando Guevara, Victor Ranzulla Souza, Vânia Aparecida Vicente, Bruna Jacomel F Souza Lima, Henrique Soares Lima, Elias Marcelo Rodrigues Bressan , Nathan Pereira Siqueira, Andreia Ferreira Nery, Marcia Hueb, Rosane Christiane Hahn