Dados do Trabalho


Título

Ecotoxicidade comparada de larvicidas naturais e sintético contra animais não-alvos Toxorhynchites haemorrhoidalis (Culicidae), Anisops bouvieri (Hemiptera) e Diplonychus indicus (Heteroptera)

Introdução

Larvas de Aedes aegypti (Culicidae) são os principais alvos de diversos larvicidas químicos sintéticos, tais como piretróides, ainda utilizados em diversos países, embora a Organização Mundial de Saúde não recomende mais a sua utilização devido a resistência do A. aegypti a esse larvicida. Em adição, assim como outros inseticidas sintéticos, piretróides apresentam extrema toxicidade contra animais não-alvos Toxorhynchites spp. (Culicidae), Anisops spp. (Hemiptera) e Diplonychus spp. (Heteroptera), predadores de larvas de culicídeos. Por outro lado, produtos naturais como óleos essenciais (OE) podem apresentar atividade contra larvas de A. aegypti e não promover efeito tóxico contra animais não-alvos.

Objetivo (s)

Nessa perspectiva, o objetivo do estudo foi avaliar a toxicidade dos óleos essenciais de Piper longepetiolatum e Piper brachypetiolatum (Piperaceae) contra os animais aquáticos não-alvos T. haemorrhoidalis, A. bouvieri e D. indicus.

Material e Métodos

Os OEs foram extraídos das folhas (200 g) de P. longepetiolatum e P. brachypetiolatum pelo método de hidrodestilação em aparato Clevenger modificado, analisados por CG-MS, CG-FID e avaliados juntamente com as substâncias majoritárias nas concentrações de 10 a 80 µg/mL contra os animais aquáticos não-alvos T. haemorrhoidalis, A. bouvieri e D. indicus. O piretróide α-cipermetrina (0,01 a 1 µg/mL) foi utilizado como controle positivo. A atividade larvicida dos óleos essenciais (CL50 de 15,51 a 48,61 µg/mL), β-cariofileno e E-nerolidol (CL50 de 9,50 a 57,20 µg/mL) de P. longepetiolatum e P. brachypetiolatum foi previamente identificada contra larvas de A. aegypti.

Resultados e Conclusão

Os óleos essenciais e as substâncias majoritárias β-cariofileno e E-nerolidol não causaram a morte dos animais T. haemorrhoidalis, A. bouvieri e D. indicus (0% de mortes). Por outro lado, α-cipermetrina apresentou extrema toxicidade contra esses animais, com valores de CL50 de 0,39 a 0,52 µg/mL. Os resultados demonstram que os óleos essenciais e as substâncias majoritárias de P. longepetiolatum e P. brachypetiolatum não apresentam efeito tóxico contra os invertebrados investigados, sendo, portanto, caracterizados como agentes larvicidas naturais contra larvas de A. aegypti.

Palavras-chave

Controle vetorial; inseticida natural; Piper amazônica.

Agradecimentos

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM)

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Maria Luiza Lima da Costa, Suelen Costa Lima, André Correa de Oliveira, Rita de Cássia Saraiva Nunomura, Rosemary Aparecida Roque