Dados do Trabalho


Título

Incidência da raiva nos ciclos aéreo e rural no Brasil durante o período de 2015 a 2022: morcegos e gado bovino, uma relação que merece atenção

Introdução

O controle da raiva no Brasil e no mundo é pautado em ações multi-institucionais de vigilância epidemiológica. Como forma de sistematização deste processo contínuo, a Coordenação Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial-CGZV/Ministério da Saúde, relata a incidência dos casos de cada estado da federação, indicando os grupos de organismos acometidos pela raiva causada por variantes do Lyssavirus. Os quirópteros atuam como importantes agentes na disseminação da raiva, pois são os principais reservatórios, impactando nos ciclos aéreo, rural, silvestre e urbano.

Objetivo (s)

Visando contribuir para o detalhamento e atualização da situação epidemiológica da raiva em herbívoros e quirópteros em âmbito nacional, o presente estudo reuniu dados dos últimos oito anos sobre a incidência desse agravo.

Material e Métodos

Com caráter observacional descritivo e utilizando dados disponibilizados na plataforma CGZV, efetuou-se a distribuição geográfica dos agravos e análise estatística elaborada a partir do software jamovi 2.3.2. Como resultado, observou-se um destaque significativo para a região sudeste, correspondendo a 48,2% dos casos totais nos anos de estudo em relação aos herbívoros e quirópteros com evidência para o estado de São Paulo, assumindo (66,9%) dos casos na região. A análise temporal apontou alta no triênio 2017-2019, alcançando o maior número de casos (964) no período em 2019. A análise de correlação para os casos de raiva entre os grupos de animais mostrou resultados positivos satisfatórios (R=0,828; p<001).

Resultados e Conclusão

Os dados apresentaram associação estatisticamente não significativa para o teste exato de Fisher quando classificados nominalmente, contrariando a qualidade de principal ligação entre ciclos da raiva em quirópteros. Indicando clara subnotificação de casos motivada pela precariedade na alimentação dos dados nos sistemas de vigilância, incrementado substancialmente pelos desafios impostos durante fase ativa da pandemia de COVID-19. Diante dos informes aqui apresentados, sugere-se estratégias de atenção em vigilância para a raiva nessa categoria taxonômica em nível regional, com foco nas áreas que se destacaram em números de casos, além do caráter imperioso de otimizar a estrutura de vigilância em locais com aparente subnotificação da raiva no intuito de trabalhar dados confiáveis e expor o quadro epidemiológico desse agravo para o Brasil.

Palavras-chave

Gado, Quiróptero, Raiva,Vigilância epidemiológica.

Agradecimentos

Instituto Federal do Piauí - IFPI
Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

MARCELO CARDOSO DA SILVA VENTURA, RANDYSON DA SILVA PINHEIRO, MARCO AURÉLIO PEREIRO HORTA, MARCOS VINICIUS COSTA SANTOS, MICHAEL ANDERSON TENEU COSTA, JURECIR DA SILVA, JÉSSICA MILENA MOURA NEVES