Dados do Trabalho
Título
Relação entre artralgia persistente após diagnóstico de chikungunya e qualidade de vida, saúde mental e absenteísmo laboral.
Introdução
A chikungunya tipicamente se manifesta com febre e artralgia que pode persistir por meses a anos. A permanência das dores articulares por longos períodos pode ocasionar incapacidade para realizar atividades cotidianas.
Objetivo (s)
Descrever a qualidade de vida, saúde mental e impacto sobre o trabalho da persistência de artralgia em pacientes com chikungunya.
Material e Métodos
Entre junho de 2019 e março de 2020, um estudo de vigilância para doenças febris e exantemáticas agudas identificou pacientes com evidência laboratorial (qRT-PCR ou Elisa IgM) de infecção pelo vírus chikungunya em uma Unidade de Pronto Atendimento de Salvador – Bahia. Entre outubro de 2021 e janeiro de 2022, os casos ≥ 18 anos foram entrevistados por telefone para coleta de dados sobre persistência da artralgia e o seu impacto. Os participantes que referiram dor articular por ≥90 dias foram classificados como tendo artralgia persistente e os demais sem artralgia persistente. Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a questão geral sobre autoavaliação de saúde do instrumento da escala SF-12 e para avaliar a saúde mental foram aplicados questionários das escalas PHQ-9 e GAD-7. Questões fechadas foram usadas para avaliar absenteísmo laboral. Frequências relativas e absolutas, e medidas de tendência central e dispersão foram calculadas para descrever os participantes e seus desfechos.
Resultados e Conclusão
Dos 423 casos de chikungunya identificados, 63 foram contatados e entrevistados; 360 não foram incluídos (298 sem êxito no contato telefônico após três tentativas e 62 recusaram a participação no estudo). Dos 63 participantes, 66,7% apresentaram persistência da artralgia. Baixo nível de qualidade de vida foi relatado por 68,3% daqueles com artralgia persistente e por 30,0% daqueles sem persistência da artralgia. Sintomas de ansiedade foram reportados por 43,9% e 35,0% daqueles com e sem persistência da artralgia, e sintomas de depressão por 24,4% e 5,0%, respectivamente. Afastamento laboral ocorreu em 83,0% e 50,0%, respectivamente. Embora o tamanho da amostra tenha limitado o poder para verificar se as diferenças eram estatisticamente significantes, o estudo reforça o impacto negativo da chikungunya para saúde mental, qualidade de vida e trabalho, ressaltando a necessidade do adequado dimensionamento dos serviços de saúde para garantir assistência psicológica e reabilitação aos pacientes.
Palavras-chave
Chikungunya, Artralgia, Qualidade de vida, Afastamento do trabalho, Saúde Mental.
Agradecimentos
FAPESB - Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia; DECIT; CAPES; CNPq
Área
Eixo 08 | Arboviroses
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Lorena Gomes Santos, Leile Camila Nascimento, Rosângela Oliveira Anjos, Moyra Machado Portilho, Cristiane Wanderley Cardoso, Mitermayer Galvão Reis, Guilherme Sousa Ribeiro