Dados do Trabalho

Título

Expressão diferencial das peptidases da cepa selvagem e da cepa apossimbiótica do tripanossomatídeo monoxênico Strigomonas culicis

Introdução

As peptidases são importantes alvos de estudos para o tratamento de doenças causadas por tripanossomatídeos, como a doença de Chagas e as leishmanioses. A presença de endossimbiontes em alguns tripanossomatídeos monoxênicos e o surgimento de cepas apossimbióticas possibilitam estudos comparativos da função das peptidases nesses organismos. Portanto, a publicação de estudos proteômicos das cepas selvagem e apossimbiótica do tripanossomatídeo Strigomonas culicis permite a avaliação da diferença de expressão das peptidases.

Objetivo (s)

Analisar funcionalmente as peptidases com expressão diferencial nos proteomas publicados das cepas selvagem e apossimbiótica de S. culicis.

Material e Métodos

As peptidases presentes no genoma de S. culicis foram identificadas no GeneBank. Em seguida, a diferença de expressão das peptidases foi avaliada nos proteomas publicados da cepa selvagem e da cepa apossimbiótica desse tripanossomatídeo. Por fim, a validação funcional da expressão diferencial foi analisada através por dosagem proteolítica e expressão gênica.

Resultados e Conclusão

Foram encontradas 334 sequências de peptidases no genoma de S. culicis, das quais 90 foram detectadas nos proteomas. Das 32 peptidases com expressão diferencial, 7 eram cópias de GP63 e 10 de calpaínas. Nos ensaios de zimografia foi possível detectar a presença de cinco bandas entre 38 e 96kDa, sendo duas completamente inibidas pelo inibidor de cisteína-peptidases E-64 e três pelo inibidor de metalo peptidases 1,10-fenantrolina. A dosagem de atividade proteolítica com substrato de gelatina FITC apresentou uma maior atividade das peptidases tipo metalo. Para a análise de qPCR, foram selecionados 16 alvos, dos quais cinco GP63 apresentaram diferenças de expressão significativas. Por fim, esses resultados sugerem a importância das calpaínas e GP63 em S. culicis, fornecendo um direcionamento para novos estudos afim de melhor compreender suas funções, bem como a influência do endossimbionte sobre a regulação dessas enzimas.

Palavras-chave

endossimbionte, calpaínas, GP63, tripanossomatídeo monoxênico

Agradecimentos

Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, COLPROT/Fiocruz, CNPq, CAPES e FAPERJ