Dados do Trabalho


Título

Vetores da febre amarela em área de conservação de Mata Atlântica no estado de Sergipe, Brasil

Introdução

A febre amarela é uma doença zoonótica com dois ciclos de transmissão, o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, os vetores são principalmente os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e os primatas não humanos (PNH) são os hospedeiros principais. O ciclo urbano tem como vetor Aedes aegypti e o homem como hospedeiro principal.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi investigar a distribuição de vetores silvestres e urbanos da febre amarela na Unidade de Conservação (UC) Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco.

Material e Métodos

A UC está localizada no município de Capela no estado de Sergipe, a 44 km da capital, Aracaju. Foram realizadas capturas de mosquitos adultos, no período de julho de 2019 a fevereiro de 2020, utilizando aspirador manual, das 9h às 11h, em duas alturas: a nível do solo e a quatro metros do chão em plataforma montada para este estudo, no alto das árvores. Os mosquitos coletados eram transportados vivos para o laboratório, onde eram rapidamente congelados e encaminhados para a triagem. A identificação das espécies foi realizada e acordo com chaves dicotômicas disponíveis.

Resultados e Conclusão

Foram capturadas 238 fêmeas, com riqueza de 22 espécies, distribuídas em 10 gêneros. O táxon mais abundante foi Wyeomyia (Phoniomyia) spp. (41,2%), seguido por Wyeomyia spp. (40,8%) e Aedes scapularis (8,4%). Sabethes chloropterus foi a quarta espécie mais abundante (5,9%). As espécies Haemagogus leucoceleanus e Hg. janthinomys foram capturadas em baixa densidade, sendo Hg. janthinomys registrada pela primeira vez no estado de Sergipe, além de Li. flavisetosus e Cx. originator que também ainda não haviam sido registradas no estado. Houve compartilhamento de algumas espécies nas duas alturas amostradas, e abundância das fêmeas capturadas ao nível da copa (59,7%) foi estatisticamente superior à de fêmeas capturadas ao nível do solo (40,3%). A quantidade de fêmeas capturadas foi maior no mês de setembro, final do período chuvoso. Os resultados apontaram a ocorrência dos principais vetores silvestres da febre amarela, revelando alta receptividade local à transmissão da doença, uma vez que a Unidade de Conservação abriga diversas espécies de PNH, os quais encontram-se dessa forma em situação de risco.

Palavras-chave

Febre amarela, Zoonoses, Unidade de Conservação.

Agradecimentos

CNPq.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Luana Seara Mota, Francielma Santos Bittencourt, João Victor Santos França, Alexandre Jesus Freitas Junior, Jamile Freire Santos, Brena Ester Passos Silva, Ana Cristina Santos Vieira, Lázaro Santos Santana, Pollyana Conceição Romão Maia, Iracema Santos Bispo, Roseli Alexandre La Corte