Dados do Trabalho

Título

USO DE TRIFENIL TETRAZÓLIO NA IDENTIFICAÇÃO COLORIMÉTRICA DE RESISTÊNCIA INDUZIDA A CLARITROMICINA EM CEPAS DO COMPLEXO Mycobacterium abscessus

Introdução

O complexo Mycobacterium abscessus (CMAB) está relacionado a elevadas taxas de resistência aos antimicrobianos, sendo fundamental o aprimoramento de métodos para a determinação do perfil de suscetibilidade especialmente frente aos macrolídeos.

Objetivo (s)

Avaliar o cloreto de 2,3,5-trifenil tetrazólio (TTC) como indicador colorimétrico de viabilidade celular para determinação do perfil de suscetibilidade a claritromicina (CLR) em cepas do CMAB.

Material e Métodos

Trinta e quatro cepas do CMAB foram submetidas a ensaios de microdiluição seriada em caldo para a determinação do perfil de suscetibilidade a CLR. Como padrão-ouro, utilizou-se o método preconizado pelo CLSI. Avaliou-se dois ensaios adicionando o TTC em diferentes períodos: no ensaio TTC 1, adicionou-se no 4° dia de incubação, com avaliação dos resultados no 5° e 14° dia; no ensaio TTC 2, adicionou-se no 13° dia de incubação, com avaliação dos resultados no 14° dia. A leitura dos resultados foi realizada pela visualização da coloração vermelha no meio.

Resultados e Conclusão

De acordo com o padrão-ouro, 23,5% (8/34) e 29,4% (10/34) das cepas apresentaram perfil intermediário e resistente a CLR no 5° dia de incubação, respectivamente, e 70,8% (17/24) das cepas apresentaram resistência induzida a CLR no 14º dia. No ensaio TTC 1, no 5° dia, observou-se concordância de 88,2% (30/34) com o método padrão-ouro, visto que para duas cepas sensíveis pelo padrão-ouro obteve-se perfil intermediário quando utilizado o TTC. Além disso, duas cepas foram classificadas como resistentes somente pelo ensaio com TTC. No entanto, ainda pelo ensaio TTC 1, no 14º dia, a concordância com o método padrão-ouro caiu para 79,4% (27/34). Esta redução é resultado da detecção de cepas com resistência induzida a CLR pelo método padrão-ouro e que mantiveram perfil sensível/intermediário quando utilizado o TTC. Este resultado indica que o TTC deve ser adicionado somente 24 horas antes da interpretação dos resultados. Assim, no ensaio TTC 2, com incubação por 14 dias e adição do TTC somente no 13º dia, observou-se concordância de 100% (34/34) com o método padrão-ouro. Portanto, destacamos que a utilização do TTC, quando adicionado 24 horas antes da interpretação dos resultados, resultou em aumento na sensibilidade de detecção de cepas do CMAB resistentes a CLR, além de facilitar a leitura dos resultados pelo surgimento de coloração vermelha, quando comparado a análise de turbidez do método padrão-ouro.

Palavras-chave

Macrolídeos; Microbactérias; Teste de sensibilidade; TTC.

Agradecimentos

CAPES e FAPERGS