Dados do Trabalho
Título
Fatores de risco associados ao tempo de internação de pacientes com SRAG por COVID-19 no Brasil
Introdução
A pandemia de COVID-19 ocasionou um aumento significativo nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, com um alto número de casos notificados no OpenDataSUS (n = 2180253). Esse cenário ocasionou superlotação de hospitais, escassez de leitos em UTI e sobrecarga dos profissionais de saúde. Nesse contexto, compreender os fatores associados ao tempo de internação é fundamental na tomada de decisões clínicas e na gestão estratégica dos recursos disponíveis.
Objetivo (s)
Determinar tendências e fatores de risco que impactem no tempo de internação de pacientes com SRAG por COVID-19 no Brasil.
Demonstrar uma possível metodologia, altamente reprodutível, para orientação do manejo de pacientes.
Material e Métodos
Foram coletados os dados de SRAG dos anos de 2020 a 2023, na plataforma OpenDataSUS, e filtrados para casos de SARS-CoV-2. Para a simulação estatística, foi usada a função "Modelo Linear Generalizado", do software R, assumindo a distribuição de Poisson como representativa do comportamento da variável dependente “tempo de internação” e estima o seu comportamento para as variáveis, descritas no dicionário de definições da plataforma, com o prefixo "fatores de risco".
Resultados e Conclusão
Doença Renal Crônica (RR = 1.213; IC = 1.208-1.218), imunodeficiência (RR = 1.191; IC = 1.185-1.196), Doença Neurológica Crônica (RR = 1.186; IC = 1.182-1.191), Doença Hematológica Crônica (RR = 1.113; IC = 1.11-1.116), Doença Hepática Crônica (RR = 1.109; IC = 1.105-1.114), outra pneumopatia crônica (RR = 1.106; IC = 1.097-1.115), síndrome de Down (RR = 1.043; IC = 1.03-1.056), Diabetes mellitus (RR = 1.043; IC = 1.041-1.045), obesidade (RR = 1.042; IC = 1.033-1.05), Doença Cardiovascular Crônica (RR = 1.034; IC = 1.032-1.036), idade em anos (RR = 1.001; IC = 1.001-1.001), presença de asma (RR = 0.903; IC = 0.899-0.907) e ser puérpera (RR = 0.799; IC = 0.79-0.809). Essa ordem também foi a encontrada como a ordem decrescente de efeito encontrado entre tempo de internação e fatores de risco. Com isso, é possível, reconhecendo a existência de variáveis não identificadas e que podem limitar esse estudo, ranquear a influência individual de diversos fatores de risco no tempo de internação do paciente. Salienta-se ainda que, embora o efeito da presença de asma e de ser puérpera esteja descrito como fator protetivo e exista artigo concordante com essa conclusão, são necessários mais estudos controlados que melhor descrevam essas variáveis.
Palavras-chave
SARS-CoV-2, Modelo Linear generalizado, OpenDataSUS
Agradecimentos
Sem financiamento
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Pedro Miguel Carneiro Jeronimo, Cleber Furtado Aksenen, Thaís de Oliveira Costa, Joaquim Cesar do Nascimento Sousa Júnior, Jamille Maria Mendes Bezerra, Moreno Magalhâes de Souza Rodrigues, Fabio Miyajima