Dados do Trabalho

Título

Uso de carreadores lipídicos nanoestruturados otimiza efeito larvicida de extrato de Cannabis sativa (ECS) no vetor Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)

Introdução

O mosquito Aedes aegypti é vetor de diversas arboviroses, trazendo um desafio para a Saúde Pública quanto ao controle de populações resistentes a inseticidas, nutrindo a busca por tecnologias alternativas.

Objetivo (s)

Objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade larvicida de carreadores lipídicos nanoestruturados (CLNs) contendo extrato de Cannabis sativa (ECS) em Ae. aegypti e investigar possíveis respostas à exposição.

Material e Métodos

CLNs (Bn e Fn) foram produzidos pelo método de emulsão à quente. Fase oleosa foi formada por Precirol (7.5%), Triglicerídeo de Cadeia Média (10% - Bn, 5% - Fn) e Kolliphor (2.5%). ECS (5%) foi incluso em Fn. Na fase aquosa, utilizou-se Tween80 (2.5%). As formulações foram submetidas ao Sonicador Ultrassônico 20kHz em amplitude 60% por 180s, filtradas (1 μm) e caracterizadas físico-quimicamente em ZetaSizer Lab. Larvas L3 de Ae. aegypti (Rockefeller-LAPAVET/UFPB) foram utilizadas, sendo expostas nos grupos-teste (ECS e Fn, Bn como controle) a concentrações entre 50 e 1000 ppm por 24 e 48 h para análise de mortalidade. Após, foi realizada extração de pools de hemolinfa de larvas expostas às CL50 obtidas para dosagem de óxido nítrico (NO) por leitura de absorbância em espectrofotômetro (546 nm). Todos os ensaios foram realizados em triplicata. A análise estatística foi feita com o software GraphPad Prism 8.0.

Resultados e Conclusão

Bn e Fn apresentaram parâmetros na escala nanométrica, com diâmetros médios de 234.5±2.2 e 243.8±6.9 nm; Índice de Polidispersão de 0.17±0.0 e 0.22±0.3; e Potencial Zeta (PZ) de -22.6±0.3 e -33.4±0.5 mV, respectivamente. CLNs mostraram um caráter homogêneo e estável, diminuição do PZ em Fn frente a influência de ECS nas cargas de superfície das partículas. No ensaio larvicida, ECS e Fn promoveram 100% de mortalidade larval nas concentrações de 1000 ppm (24h) e 500 ppm (48h), com CL50 resultantes de 192.1 e 176 ppm, nessa ordem, mostrando como Fn teve um melhor desempenho via liberação controlada de moléculas ativas, usando menores concentrações para promover mortalidade. Dosagens de NO obtidas foram de 3.95 (controle), 4.31 (ECS) e 4.18 ppm (Fn), não havendo diferença significativa entre os grupos, indicando que os mecanismos imunológicos de resposta às substâncias não envolvem produção de NO. O uso de CLNs otimizou a ação de ECS em larvas de Ae. aegypti, sendo pertinente elucidar mecanismos envolvidos em sua utilização no controle da espécie.

Palavras-chave

Canabidiol, nanotecnologia, culicídeos, biotecnologia, entomologia.

Agradecimentos

LAPAVET-UFPB, BIOTECFARM-UFPB, APEPI-RJ.