Dados do Trabalho


Título

Situação da Vigilância da Doença de Chagas nos municípios endêmicos participantes da coorte SaMi-Trop

Introdução

A doença de Chagas (DC) é uma doença negligenciada que possui altas taxas de morbimortalidade. A vigilância entomológica é uma das principais ferramentas para o enfrentamento da DC, porém encontra-se desarticulada e descontínua.

Objetivo (s)

Descrever a situação da vigilância da doença de Chagas nos municípios endêmicos participantes da coorte SaMi-Trop.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal descritivo. Foi elaborado um questionário estruturado adaptado de Villela et al. (2008) contemplando a situação das atividades de vigilância da DC, delineado em três blocos: 1- perfil dos profissionais que trabalhavam nas atividades de controle da doença de Chagas; 2- situação das atividades de vigilância da doença de Chagas segundo munícipios ativo; e 3- Dificuldades e limitações para implantação das atividades. O questionário foi aplicado aos 22 coordenadores de vigilância ambiental, em atividade no ano de 2020, do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, sendo 21 municípios pertencentes ao projeto Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de São Paulo-Minas Gerais (SaMi-Trop) e o município de Montes Claros. Realizou-se análise descritiva das variáveis. Para a descrição dos municípios com vigilância ativa considerou-se os relatórios de produção das atividades de vigilância realizadas no período de 2018 a 2020, extraídos do Sistema de Informação do Programa de Controle da Doença de Chagas (SISPCDCh). Para a caracterização dos municípios ativos comparou-se as variáveis explicativas coletadas no questionário com a variável dicotômica (município ativo – sim ou não). Todas análises foram realizadas no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

Resultados e Conclusão

Dos 22 municípios participantes deste estudo, nove estavam ativos (41,1%) e somente 25% (n=2) dos que estavam ativos, cumpriram a meta de visita à 50% de unidades domiciliares por ano. Há municípios que não cumprem a meta desde 2007. A maioria dos coordenadores de vigilância ambiental são contratados e 90,9% relataram não possuir equipe específica para as ações de controle vetorial da DC. Embora 90,9% dos municípios afirmaram realizar vigilância passiva e 72,6% vigilância ativa, observou-se um insuficiente registro das atividades no SISPCDCh. As atividades de vigilância da DC, em região endêmica, encontram-se desarticuladas e descontínuas, o que evidencia a perda de prioridade nas programações locais e reforça a invisibilidade da DC.

Palavras-chave

Controle, Triatomíneo, Tripanossomíase

Agradecimentos

National Institutes of health (NIH) (P50AI098461-02 e U19AI098461-06)

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Thallyta Maria Vieira, Nayara Dornela Quintino, Aline Ferreira Rafael, Raquel Aparecida Ferreira, Agna Soares da Silva Menezes, Bartolomeu Teixeira Lopes, Nilce Almeida Fagundes, Renata Fiúza Damasceno, Ariela Ferreira Mota, Antônio Luiz Pinho Ribeiro, Ester Cerdeira Sabino