Dados do Trabalho


Título

Ação terapêutica do peptídeo antimicrobiano AGELAIA-12 no tratamento de micobacterioses induzidas por bactérias do complexo Mycobacterium abscessus

Introdução

Mycobacterium abscessus são o segundo tipo mais reportado em infecções por micobactérias não tuberculosas na América Latina, o que ressalta a necessidade por alternativas eficazes ao tratamento dessas micobacterioses, uma vez que além da resistência intrínseca, o desenvolvimento de cepas resistentes na monoterapia variam de 4,5% para a claritromicina e 18% para a cefoxitina. Com o alto número de casos de resistência bacteriana aos antibióticos convencionais, os peptídeos antimicrobianos (AMP) se destacam como agentes terapêuticos alternativos em uma nova proposta para os antibióticos modernos. Compostos por sequência curtas de aminoácidos, os AMPs podem ser encontrados e isolados da peçonha de animais como os artrópodes, e são capazes de agir em um amplo espectro de ação contra diferentes microrganismos.

Objetivo (s)

Avaliar a atividade antimicrobiana do peptídeo AGELAIA-12 contra cepas de Mycobacterium abscessus subsp. massiliense (M. massiliense; GO06) e Mycobacterium abscessus subsp. abscessus (M. abscessus; ATCC).

Material e Métodos

A síntese do peptídeo foi obtida pela empresa AminoTech P&D a partir do design in silico da molécula inspirada na sequência do peptídeo natural AGELAIA-MPI isolado da peçonha da vespa social Parachartergus Fraternus. A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada in vitro a partir da inspeção visual por meio do uso de resazurina, em ensaio de inibição por microdiluição em caldo. O peptídeo também foi avaliado in vivo pela determinação de carga bacilar nos pulmões de camundongos IFN-γ KO previamente infectados por M. abscessus (107 UFC), e tratados por 7 dias, por via intraperitoneal, em concentração de 0.5 mg/kg.

Resultados e Conclusão

O valor da CIM do peptídeo AGELAIA-12 foi 50 µM para ambas as cepas testadas. O ensaio in vivo demonstrou diferença estatística significativa (p<0,05) entre grupos tratados e controle, obtendo-se redução de 98,5% da carga bacilar (M. abscessus) nos pulmões de animais que receberam tratamento com o peptídeo (0.5 mg/kg). Dessa forma, conclui-se que o peptídeo AGELAIA-12 demonstra um forte perfil de inibição contra as cepas de Mycobacterium avaliadas, podendo ser melhor avaliado para o tratamento de micobacterioses.

Palavras-chave

peptídeo antimicrobiano, Mycobacterium abscessus, tratamento, inovação

Agradecimentos

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq: 303671/2019-0, 314366/2020-2); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES);

Área

Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias

Autores

Arthur Alves Coelho, Laura Raniere Borges dos Anjos, André Kipnis, Ana Paula Junqueira Kipnis