Dados do Trabalho


Título

IMPLEMENTAÇÃO DA MILTEFOSINA NO TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR: UM PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DAS MELHORES PRÁTICAS EM MINAS GERAIS  

Introdução

A miltefosina é o primeiro medicamento oral para tratamento da leishmaniose tegumentar incorporado no Sistema Único de Saúde (SUS), requer controle especial e diversas condutas para garantir o uso seguro e a implementação adequada. Nesse contexto, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e pesquisadores da Fiocruz Minas desenvolveram um projeto para melhorar a implementação do medicamento no Estado.

Objetivo (s)

Descrever o processo de implementação das melhores práticas baseadas em evidências para aprimorar a implementação da miltefosina no Estado de Minas Gerais.

Material e Métodos

Um projeto de implementação seguindo a metodologia da JBI, organização australiana dedicada à avaliação de tecnologias e práticas em saúde, foi desenvolvido entre outubro de 2022 a abril de 2023. Foram definidos cinco critérios de conformidade: documentação de solicitação do medicamento, registro do monitoramento clínico, registro da dispensação do medicamento, conformidade no prazo de análise e dispensação do medicamento. Os critérios foram auditados e monitorados antes e depois da implementação das melhores práticas considerando dois locais de análise: o Centro de Referência em Leishmaniose do Instituto René Rachou (CRL-IRR) e solicitações das regionais da SES-MG. Relatórios de bases de dados da SES-MG foram analisados e quatro estratégias foram desenvolvidas para corrigir barreiras do processo. A conformidade da prática foi reavaliada após 6 meses.

Resultados e Conclusão

A auditoria de base indicou que o CRL-IRR estava conforme em todo os critérios (100%), enquanto as regionais apresentaram conformidade média de 60% para os critérios de auditoria. As estratégias desenvolvidas priorizaram a comunicação direta com os profissionais das regionais, por meio de feedbacks e lembretes alcançando a conformidade média de 79,5% após a auditoria de follow-up. Assim, após a intervenção, a auditoria de follow-up mostrou aumento da conformidade para os seguintes critérios: registro de monitoramento clínico (2,7% para 87,8%), registro da dispensação (69,1% para 100%), prazo de análise (80,2% para 100%) e prazo para dispensação do medicamento (56,9% para 61,5%). O CRL-IRR apresentou pequena redução da conformidade (95,6%) para o prazo de dispensação na auditoria de follow-up. O projeto aumentou a conformidade da prática o que sugere a utilidade da metodologia da JBI como ferramenta aplicável ao SUS.

Palavras-chave

Ciência da implementação; Prática Clínica Baseada em Evidências; Leishmaniose

Agradecimentos

FIOCRUZ Minas, SES-MG, CNPq e FAPEMIG

Área

Eixo 02 | Tecnologia e Inovação em saúde

Autores

Sarah Nascimento Silva, Laís Raquel Ribeiro, Mell Ferreira Saliba, Janaína de Pina Carvalho, Gláucia Cota