Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico de gatos com esporotricose no município de São Paulo - SP, 2011 a 2022

Introdução

A esporotricose é uma antropozoonose de origem fúngica, de distribuição mundial. O Brasil não dispõe de um sistema de vigilância nacional específico para a doença, o que a torna subnotificada e negligenciada, sendo necessário gerar evidências epidemiológicas sobre a doença.

Objetivo (s)

Caracterizar o perfil epidemiológico da esporotricose felina no município de São Paulo - SP, no período de 2011 a 2022.

Material e Métodos

Estudo descritivo dos casos de esporotricose felina registrados pela vigilância municipal de São Paulo entre 2011 e 2022. Foram utilizados dados secundários, provenientes dos bancos de dados disponibilizados pela Divisão de Vigilância de Zoonoses do município.

Resultados e Conclusão

Foram registrados 8.616 casos suspeitos de esporotricose felina, sendo 97% (n=8.360) em gatos, dentre os quais 67,9% (n=5.677) foram confirmados para a doença e 27,3% (n=2.285) descartados. No período estudado foi observado um aumento anual médio de 0,5% na frequência de casos de esporotricose. O perfil predominante dos animais é composto por machos 71,4% (n=2.644), na faixa etária abaixo dos quatro anos 70,1% (n=1.137) e com livre acesso à rua 51,0% (n=1.348). Com relação à distribuição espacial dos casos confirmados, observou-se um padrão de expansão da doença entre os Distritos Administrativos, apresentando maior frequência de casos em Itaim Paulista 10,1% (n=869), Vila Maria 8,6% (n=742) e Itaquera 5,1% (n=443), se espalhando para regiões adjacentes a estas. Quanto a gravidade da doença, foram registrados 811 óbitos, dentre os quais foi informado o sexo para 381, sendo estes 77,4% (n=295) machos e 22,6% (n=86) fêmeas.
Em São Paulo, ao longo dos anos a doença tem adquirido força em seu caráter zoonótico e avançado por todo o território. Foi identificado um perfil de casos com predominância de animais jovens adultos, com idade entre um e três anos. Os animais nesta faixa etária, até que atinjam sua maturidade sexual, tendem a apresentar comportamentos mais ativos, o que aumenta as chances de ocorrência de brigas e dificulta seu confinamento, elevando o risco para esporotricose. Dada a situação epidemiológica da doença no município, as particularidades do perfil epidemiológico dos animais acometidos e o padrão de transmissão, a integração das vigilâncias epidemiológica e ambiental é imprescindível para o desenvolvimento das medidas de prevenção e controle embasadas em uma perspectiva de saúde única.

Palavras-chave

Esporotricose. Antropozoonose. Gatos. Epidemiologia. Saúde Única.

Agradecimentos

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Autores

Maiara Almeida Maia, Juliana Anaya Sinhorini, Tamara Leite Cortez, Luiz Carlos Barbosa Alves, Vivyanne Santiago Magalhães, Denizard André de Abreu Delfino, Marcelo Daniel Segalerba Bourdette, Natiela Beatriz de Oliveira, Marcio Henrique de Oliveira Garcia, Danielle Cristine Castanha da Silva, Ana Júlia Silva e Alves