Dados do Trabalho


Título

Prevalência de colonização, tipagem capsular e suscetibilidade aos antimicrobianos em Streptococcus agalactiae antes e durante a pandemia da COVID-19

Introdução

Streptococcus agalactiae (GBS) é o principal agente etiológico de infecções materno-infantis na atualidade, associado a altas taxas de morbimortalidade. No Brasil, inúmeros foram os impactos provocados pela pandemia da COVID-19, como o aumento do uso indiscriminado de antimicrobianos, mudanças nas taxas de transmissão de outros patógenos, e a elevação de mortalidade materna.

Objetivo (s)

Assim, o presente estudo investigou a prevalência de colonização, os sorotipos e os perfis de resistência de GBS circulantes em gestantes de Porto Velho-RO antes (AP) e durante (DP) a pandemia da COVID-19.

Material e Métodos

Foram incluídas no estudo 445 gestantes correspondentes ao período AP (abril/2018 a fevereiro/2020) e 684 ao DP (dezembro/2020 a fevereiro/2023). GBS foi identificado nas amostras retovaginais por metodologia microbiológica e genotípica. A tipificação capsular foi determinada por PCR multiplex, e o perfil fenotípico de suscetibilidade aos antimicrobianos foi avaliado por disco-difusão.

Resultados e Conclusão

A taxa de detecção de GBS foi de 21,2% (239/1129), considerando uma leve diminuição da colonização entre os períodos avaliados (22,5% versus 20,3%). Foi possível isolar 71 amostras referentes ao período AP e 119 ao DP. No geral, o sorotipo Ia (34,2%; 65) foi o mais prevalente, seguido V (17,4%; 33), Ib (12,6%; 24), II (12,6%; 24), III (10,5%; 20), VI (5,8%; 11), IV (5,3%; 10) e não tipável (1,6%; 3). Estratificando pelos períodos, foi observada uma tendência de queda na frequência dos sorotipos Ib (16,9% vs. 10,1%), VI (8,5% vs. 4,2%), Ia (36,6% vs. 32,8%) e II (14,1% vs. 11,8%), e o crescimento na detecção dos sorotipos V (12,7% vs. 20,1%) e IV (0% vs. 8,4%). Todas as amostras foram sensíveis a penicilina, ampicilina, cefazolina e vancomicina. Taxas semelhantes de não suscetibilidade (NS) entre os períodos foram observadas para tetraciclina (80,3% vs. 84%) e clindamicina (4,2% vs. 3,4%), e crescimento nas taxas da eritromicina (16,9% vs. 29,4%), levofloxacino (1,4% vs. 8,4%), cloranfenicol (5,6% vs, 9,2%) e multirresistência (2,8% vs. 8,4%), assim como o acréscimo de NS nos sorotipos V (44,4% vs, 74,1%) e VI (16,7% vs. 40%). Os resultados destacam a necessidade de vigilância contínua de GBS pós-pandemia, uma vez que modificações na distribuição dos sorotipos e aumento nas taxas de NS foram relatadas, evidenciando que o contexto da COVID-19 pode ter influenciado nas características de GBS na região estudada.

Palavras-chave

Materno-infantil, Resistência bacteriana, Vigilância epidemiológica

Agradecimentos

FAPERO, FIOTEC e INCT-EpiAMO

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Anjo Gabriel Carvalho, Mayra Gyovana Leite Belém, Erilene Lima Sinos, Renata Santos Rodrigues, Marcos Eduardo Passos Silva, Valcimar Batista Ferreira, Núcia Cristiane Lima Silva, Nayara Magalhães Aguiar Silva, Mariana Delfino Rodrigues, Roger Lafontaine Mesquita Taborda, Najla Benevides Matos