Dados do Trabalho


Título

Prevalência de Candida auris em emergência traumatológica de hospital público de grande porte de Recife, Pernambuco, julho de 2022

Introdução

Candida auris é uma ameaça à saúde pública devido à alta capacidade de aderência em ambientes hospitalares, potencial para ocasionar infecções, e pela resistência aos antifúngicos. Entre janeiro e junho/2022, foram confirmados casos de C. auris em hospital de referência traumatológica em Recife, Pernambuco, além da detecção do patógeno em leito e bomba de infusão. A partir dessa ocorrência, registrada inicialmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), realizou-se uma investigação epidemiológica na Emergência Traumatológica (ET) do hospital.

Objetivo (s)

Identificar a presença de C. auris em pacientes internados e nas macas de transporte da ET A, B e C.

Material e Métodos

Estudo transversal descritivo de 06 a 12 de julho/2022 na ET do referido hospital. A coleta de amostras biológicas foi executada com uso de swab axilar/inguinal em todos os pacientes hospitalizados, enquanto a das amostras de macas de transporte foi realizada por conveniência com auxílio de uma gaze estéril, através da fricção nas grades. Para o diagnóstico, as amostras foram submetidas à triagem por cultivo em placa, avaliação macroscópica e processamento em aparelho automatizado (VITEK 2), além de teste confirmatório com a espectrometria de massa (Maldi-tof). Foram coletados dados primários, com questionário semiestruturado, analisados por medidas de frequência absoluta e relativa.

Resultados e Conclusão

Resultados: 8,3% (8/96) dos pacientes estavam colonizados por C. auris. Portanto, a prevalência nas ET A, B e C foi de 11,3% (5/44), 7,1% (2/28) e 4,1% (1/24), respectivamente. Três casos colonizados estavam dispostos em leitos temporários (macas de transporte) distribuídos no corredor da ET. Entretanto, das 17 coletas ambientais (macas) todas foram negativas. Conclusão: O estudo possibilitou determinar a prevalência da C. auris nas ET A, B e C, antes conhecida apenas para a UTI do hospital, corroborando com achados da literatura. A identificação de pacientes colonizados dispostos no corredor em leitos temporários sem recursos para precaução de contato, configura-se como um risco potencial para disseminação do agente. O resultado negativo de amostras ambientais não representa ausência de C. auris no ambiente, uma vez que o patógeno possui capacidade para formar biofilme e pode permanecer viável por longos períodos. Recomendou-se o isolamento dos casos colonizados, regulação dos pacientes para evitar superlotação e intensificação da limpeza de superfícies com peróxido de hidrogênio.

Palavras-chave

Candida auris. Surtos de doenças. Estudos de Prevalência.

Agradecimentos

CNPq

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Autores

Laís Ferrari Santos, Mateus Paula Von Glehn, Carlos Henrique Michiles Frank, Lilian Souza Barros, George Santiago Dimech, Marcela Pereira Salazar, Isabelly Cristiny Aquino Souza, Camylla Carvalho Melo, Thaisa Jeronimo Santos, Marcio Henrique Oliveira Garcia, Danniely Carolinne Soares Silva