Dados do Trabalho
Título
Dengue em Porto Alegre (RS): rápida expansão e persistência de riscos
Objetivo (s)
Este estudo tem como objetivo analisar a distribuição espaço-temporal dos casos de dengue confirmados em Porto Alegre, a fim de compreender a expansão da doença no município e identificar áreas de risco.
Material e Métodos
Foram analisados os casos de dengue confirmados em Porto Alegre (RS) de janeiro de 2010 a julho de 2021. Os casos foram agregados por bairro utilizando os endereços residenciais, e foram determinados os centroides correspondentes. Foi calculada a incidência anual por 100.000 habitantes e determinada a data da primeira ocorrência de dengue autóctone em cada bairro. A estatística de varredura espaço-temporal foi utilizada para identificar clusters de alto risco. Mapas foram gerados para visualizar os resultados.
Resultados e Conclusão
Durante o período de estudo, foram confirmados 1425 casos de dengue em Porto Alegre, dos quais 1330 correspondiam a residentes do município. A incidência anual variou entre os bairros, atingindo o pico em 2016 no bairro Chácara das Pedras (753 casos por 100 mil hab.). No mesmo ano, a menor taxa foi no bairro Santa Tereza (3,5 casos por 100 mil hab.). O primeiro caso autóctone foi notificado em maio de 2010 no bairro Jardim Carvalho. Nos primeiros seis anos, a doença apresentou rápida expansão, alcançando 70% dos bairros em 2016. Ao final do período de estudo, 80% dos bairros já haviam confirmado casos autóctones. A análise estatística espaço-temporal identificou quatro clusters de alto risco. Os primeiros dois clusters (ID 3 e ID 4) surgiram no primeiro trimestre de 2013, na região centro, com duração de 1182 dias. Os clusters de ID 1 e ID 2 iniciaram em 2016, com duração de 1273 e 1945 dias, respectivamente. O cluster ID 1 abrange partes das regiões centro, noroeste, leste e eixo Baltazar, enquanto o ID 2 abrange a região Cristal, Centro Sul, Restinga, Glória e partes das regiões Sul, Extremo Sul, Parternon e Lomba Pinheiro. Os resultados evidenciam a rápida expansão da transmissão de dengue em Porto Alegre e a heterogeneidade do nível de receptividade da doença entre os bairros. A persistência dos clusters de alto risco sugere a manutenção das condições favoráveis à transmissão, destacando a necessidade de reavaliação das estratégias de controle para reduzir essas condições.
Palavras-chave
dengue, espaço-temporal, arbovirose
Agradecimentos
Prefeitura Municipal de Porto Alegre (RS)
Área
Eixo 08 | Arboviroses
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
Danielle Andreza da Cruz Ferreira, Ricardo Toshio Fujiwara, Raquel Martins Lana