Dados do Trabalho


Título

ACIDENTE OFÍDICO NA POPULAÇÃO INDÍGENA DE DOIS DISTRITOS SANITÁRIOS ESPECIAIS INDÍGENAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Introdução

Os acidentes ofídicos são mais frequentes na Amazônia brasileira do que em outras partes do Brasil, representando um alto custo para o sistema de saúde.

Objetivo (s)

Analisar o acesso ao serviço de saúde pelos indígenas acometidos de acidentes ofídicos na Amazônia Brasileira.

Material e Métodos

Estudo transversal que aplicou um inquérito para coletar dados de indígenas que vivenciaram acidentes ofídicos nos distritos especiais indígenas Alto Rio Solimões e Alto Rio Negro. A pesquisa coletou dados demográficos dos participantes, histórico de acidentes ofídicos, acesso a cuidados de saúde e tempo decorrido para assistência médica

Resultados e Conclusão

Participaram 187 indígenas com história pregressa de acidente ofídico, sendo 131 (70,1%) no DSEI Alto Rio Solimões e 56 (29,9%) no DSEI Alto Rio Negro. A maioria era do sexo masculino (61,0%), na faixa etária de 49 a 59 anos (26,2%). Tikuna foi a etnia predominante no DSEI Alto Rio Solimões (92,4%). As etnias Hüpd'ah (33,9%) e Tukano (21,4%) foram as mais representadas no DSEI do Alto Rio Negro. A maioria estava envolvida em atividades de agricultura, pesca, caça, silvicultura (56,1%). Quanto à religião, os participantes declararam-se católicos (42,8%), protestantes (40,6%) e da Ordem de Santa Cruz (16,0%). A maioria dos participantes tinha pensões, aposentadorias e programas de transferência como principal fonte de renda (40,6%), seguida por renda proveniente de atividades do setor primário (38,0%). As casas de madeira foram o principal tipo de habitação (85,6%). Uma proporção de 67,9% dos participantes compreende a língua portuguesa e 65,8% fala a língua portuguesa. Quatro mortes foram relatadas, resultando em uma taxa de letalidade de 2,1%. A medicina indígena como única opção na aldeia foi o principal motivo de não acesso à saúde (75%), seguido da falta de recursos financeiros e meios de transporte (28,1%). Residir no DSEI Alto Rio Negro apresentou associação independente com a falta de acesso à saúde.

Nas áreas de estudo, há registros de pacientes que não receberam atendimento médico. O acesso foi melhor no DSEI Alto Rio Negro, onde i) está disponível um serviço de emergência pré-hospitalar por meio de lanchas; ii) há mais opções de hospitais com fornecimento regular de antivenenos em áreas urbanas iii) a navegabilidade do Rio Solimões e afluentes é melhor que no Rio Negro.

Palavras-chave

Envenenamento ofídico; População indígena; Acesso a saúde.

Agradecimentos

Programa Inova Fiocruz Saúde Indígena – Encomendas Especiais, chamada No. 03/2022 (Proposta N. 73322179682991).

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Altair Seabra de Farias, Alícia Patrine Cacau dos Santos, Evellyn Antonieta Rondon Tomé da Silva, Hiran Sátiro Souza da Gama, Ana Paula Silva de Oliveira, Rafaela Nunes Dávila, Thiago Serrão Pinto, Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett, Vinícius Azevedo Machado, Wuelton Marcelo Monteiro, Felipe Leão Gomes Murta