Dados do Trabalho

Título

Identificação de microRNAs circulantes como potenciais biomarcadores de gravidade do COVID-19

Introdução

O SARS-CoV-2, agente etiológico da COVID-19 pode ser responsável por uma ampla gama de desfechos, variando de infecção assintomática, até mesmo a síndrome aguda respiratória grave e morte. A falta de um antiviral eficaz e de vacinas que impeçam a infecção torna necessário buscar biomarcadores que identifiquem pacientes com risco de complicações.

Objetivo (s)

Neste estudo, avaliou-se o perfil de expressão de microRNAs (miRNAs) (reguladores pós-transcricionais) em pacientes com COVID-19 grave e não-grave, com objetivo de identificar biomarcadores de gravidade da doença.

Material e Métodos

Foram coletadas amostras de soro: 67 com COVID-19 não-grave e 39 grave, de pacientes do HUCFF-UFRJ e 14 amostras de grupo-controle, sem COVID-19. Foram preparados pools de amostras de cada grupo e utilizados microarranjos TaqMan™ Array Human MicroRNA A+B Cards Set v3.0, que avaliam a expressão de 784 microRNAs. Os resultados foram analisados por quantificação relativa (log2 Fold-Change [FC]).

Resultados e Conclusão

173 miRNAs encontravam-se diferencialmente expressos (DE) em pacientes com COVID-19 grave. Dentre eles, 114 estavam negativamente regulados. No grupo não-grave, 156 miRNAs estavam positivamente regulados, sugerindo curso de infecção heterogêneo entre os casos graves e não-graves. Foram identificados miRNAs com perfis opostos entre os grupos: miR-143 (FCgrave=0,06; FCnão-grave=16,78), miR-769-5p (FCgrave=0,21; FCnão-grave=7,41), miR-7 (FCgrave=0,10; FCnão-grave=7,17), miR-27 (FCgrave=0,22; FCnão-grave=5,85), miR-329 (FCgrave=0,21; FCnão-grave=57,54) e miR-522 (FCgrave=0,147; FCnão-grave=10,10) foram positivamente regulados no grupo não-grave e negativamente no grupo grave; miR-203 (FCgrave=4,97; FCnão-grave=0,03) foi positivamente regulado no grupo grave e negativamente no grupo não-grave. As amostras foram validadas individualmente, e os resultados foram consistentes com os obtidos no microarranjo. O miR-7 e miR-769-5p apresentaram aumento significativo de expressão no grupo com COVID-19 não-grave (p<0,05) comparado ao grupo controle, sugerindo ser potenciais marcadores de bom prognóstico na COVID-19. Foi confirmada a expressão significativamente maior do miR-203 no grupo grave (p<0,001), comparada aos grupos não-grave e controle, sugerindo seu potencial como biomarcador de gravidade em pacientes com COVID-19.

Palavras-chave

COVID-19; MICRORNA; BIOMARCADORES

Agradecimentos

Programa INOVA Fiocruz; FAPERJ; IOC-Fiocruz.