Dados do Trabalho


Título

Fatores associados e frequência de enteroparasitoses em idosos do sertão alagoano

Introdução

O processo de envelhecimento caracteriza-se fundamentalmente pela perda progressiva das funções orgânicas, acompanhada de aumento na suscetibilidade ao desenvolvimento de doenças tais como neoplasias e infecções, dada a imunossenescência. Mesmo com os avanços a atenção ao idoso no Brasil, pouco tem sido reportado dos problemas associados às infecções por enteroparasitos nessa população.

Objetivo (s)

Esse estudo objetivou identificar o perfil de infecção enteroparasitária em idosos do sertão alagoano e fatores associados à estas infecções intestinais.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo observacional, analítico e descritivo, de base populacional do tipo transversal. Foi realizada amostragem probabilística representativa dos idosos da região do Sertão Alagoano, distribuída em 3 municípios: Santana do Ipanema, Pariconha e Pão de Açucar. Considerou-se como idoso, o indivíduo com idade igual ou maior que 60 anos. Foram aplicados questionários socio-demo-sanitário e coletadas amostras de fezes e processadas frente a técnica parasitológica Método de Hoffman, Pons e Janer – HPJ.

Resultados e Conclusão

Foram avaliados 217 pessoas idosas, sendo a maioria mulheres (n = 147; 67,7%), autodeclarados como negros (n = 157; 72,3%), aposentados (n = 201; 92,6%) e com escolaridade inferior a 5 anos de estudo (n = 156; 71,9%). A avaliação das enteroparasitoses foi realizada em subamostra de 115 pessoas. A frequência de infecção parasitária nesta população foi elevada (n = 83; 72,2%). Dos enteroparasitos identificados 89,15% (n = 74) foram protozoários e apenas 9,63% (n = 8) foram helmintos. Os enteroparasitos mais frequentes foram Giardia duodenalis (n = 46; 40%); Entamoeba coli (n = 33; 28,7%); e Entamoeba hystolítica (n = 29; 25,2%). Entre os helmintos, destacou-se a infecção por Ascaris lumbricoides (n = 7; 6,1%) e um idoso (0,9%) apresentou resultados positivo para Strongyloides stercoralis. Análise multivariada, ajustada por idade, renda, etilismo e nº de residentes no domicílio, revelou que as mulheres (OR: 7,97; p=0,02) e pessoas casadas (OR:5,72; p=0,04) apresentam mais chances de serem infectadas por E. coli. A baixa escolaridade aumentou as chances de infecção por G. duodenalis (OR:6,65; p<0,01). Deste modo, fica evidente que, embora negligenciadas, as enteroparasitoses apresentam-se em elevada frequência na população idosa e está associada com variáveis sociodemográficas.

Palavras-chave

Saúde do Idoso; Enteroparasitoses; Sertão

Agradecimentos

Pesquisa financiada pelo edital Fapeal 06/2020 – PPSUS Programa Pesquisa para o SUS

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Jeferson Aparecido de Oliveira Santos , Anthony Batista Oliveira Lopes, Mariana Lima dos Santos , Karina Pessoa Oliveira, João Araújo Barros Neto, Müller Ribeiro Andrade