Dados do Trabalho

Título

Comportamento epidemiológico das arboviroses em Maceió – Alagoas (2016 a 2022)

Introdução

Dengue (DG), Zika (ZK) e Chikungunya (CKG) são arboviroses transmitidas por culicídeos do gênero Aedes, de elevadas morbimortalidades, que representam um dos principais problemas de Saúde Pública no Brasil. No Estado de Alagoas, reportou-se em 2022, a segunda maior taxa de incidência de DG do Nordeste e em Maceió, capital do estado, a notificação dos casos de CKG foi expressiva.

Objetivo (s)

Objetivou-se avaliar o comportamento dos dados epidemiológicos das arboviroses em Maceió – Alagoas, no período de 2016 a 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico descritivo das notificações dos casos de DG, ZK e CKG, a partir de dados coletados na base do SINAN e populacionais na base do IBGE, e cálculo das incidências dos casos/100.000 habitantes por ano, a incidência média (IncM) do período (do município, por distrito sanitário - DS - e bairro), a variação da incidência entre os anos estudados e a distribuição espacial dos casos.

Resultados e Conclusão

Considerando o acumulado de notificações do período, verificou-se que os casos de DG representaram 66,3% (27.699/41.778) das notificações, com IncM de 385,2 casos; seguindo de CKG que correspondeu a 28,6% (11.932/41.778) e IncM de 166,1 casos; e por ZK com 5,1% (2.147/41.778) e IncM de 30 casos. A IncM das arboviroses em Maceió foi de 565,82 casos, destacando-se o 4ºDS com IncM de 1.025,18 casos. Os bairros de Maceió com as maiores incidências médias foram Chã da Jaqueira (2.251,63 casos), Centro (2.482,67 casos) e Bebedouro (1260,32 casos). Verificou-se que em 2020, ano de início da pandemia, as incidências das arboviroses sofreram forte retração em relação a 2019 (DG de -79%, CKG de -80% e ZK de -86%). No entanto, a partir de 2021, apresentaram elevação que se ampliou em 2022, com aumentos significativos: DG de +206,79%; CKG de +2.976% e ZK de +179%. Os anos com as maiores incidências de casos no município, na série histórica avaliada, foram: DG em 2022, com incidência de 1.178,9 casos; CKG e ZK em 2016, respectivamente, com incidências de 578,3 e 166,7 casos. Apesar das infecções por arboviroses apresentarem uma sazonalidade evidente, com a pandemia da Covid-19, ações de controle e enfrentamento foram paralisadas ou diminuídas, contribuindo para um subdiagnóstico e subnotificação, provocando uma mudança de comportamento dos dados epidemiológicos.

Palavras-chave

Arbovírus; Vetor; Epidemiologia