Dados do Trabalho

Título

Qualidade de vida de pessoas com Mielopatia ou Paraparesia Espástica Tropical

Introdução

Por ser uma doença endêmica no Brasil, cujo país possui características climáticas tropicais, a mielopatia ou paraparesia espástica tropical (HAM/TSP) apresenta risco de 1,6 vezes maior de morte precoce associada à infecção pelo protovírus T-linfotrópico humano (HTLV-1), o qual possui elevada prevalência na Bahia, sendo Salvador a capital com a maior soro prevalência, atingindo a marca de 1,76% da população. Os pacientes com HAM/TSP podem desenvolver diversas alterações neurológicas, comprometendo a marcha e o equilíbrio, levando a uma restrição da independência de locomoção; além dos impactos nos aspectos sociais e emocionais.

Objetivo (s)

Descrever a qualidade de vida de pessoas com mielopatia ou paraparesia espástica tropical, através da escala SF-36.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, transversal e quantitativo, realizado com 49 pacientes diagnosticados com HAM/TSP sobre a qualidade de vida (QV) através do questionário SF-36, no período de fevereiro de 2019 a julho de 2020, e de fevereiro a abril de 2022. Os dados foram analisados través de estatística descritiva.

Resultados e Conclusão

Uma vez que a pontuação da escala SF-36 varia de 0 a 100, foi fixado um valor de corte de 50 para categorizar os pacientes devido à falta de um grupo de controle. Os pacientes que pontuaram abaixo ou igual a 50 estariam com pior QV, e aqueles que pontuaram acima de 50 estariam com melhor QV. Assim, observou-se que, para os domínios “Aspectos Sociais” (AS) (52,3) e “Saúde Mental” (SM) (55,3), os pacientes relataram boa QV. Em contrapartida, a amostra apresentou escores baixos para os domínios associados aos “Aspectos Físicos” (19,9), à “Capacidade Funcional” (CF) (27,7) e aos “Aspectos Emocionais” (37), evidenciando que os pacientes com HAM/TSP expressam alterações físicas e emocionais o que pode estar diretamente associado a uma redução da sua QV. Conclusão: Os domínios AF, CF e AE foram os que mais contribuíram para um comprometimento da QV dos pacientes com HAM/TSP e que podem ser responsáveis por intensificar o quadro de incapacidade motora e de limitação das atividades da vida diária desses pacientes. Por ser uma doença que possui elevado risco de associação com uma infecção endêmica em região tropical- HTLV1, e por apresentar cronicidade degenerativa e progressiva, enfatiza-se a importância da avaliação da QV destes pacientes com a finalidade de reduzir os impactos biopsicossociais.

Palavras-chave

Qualidade de vida. Infecções por HTLV. Mielopatia.

Agradecimentos

UFBA; Complexo Hospitalar Universitário Prof. Edgar Santos