Dados do Trabalho


Título

Casos de dengue, chikungunya, Zika e febre amarela na população negra: 2014 a 2022

Introdução

Para as arboviroses o cenário epidemiológico do Brasil é caracterizado pela cocirculação dos vírus dengue, chikungunya, Zika e febre amarela entre outros. No Brasil, a população negra reside em áreas com características socioambientais que favorecem a dispersão de patógenos e aumentam o risco de infecção.A Coordenação-Geral de Arboviroses do Ministério da Saúde é responsável pela vigilância das infecções causadas por esses arbovírus.

Objetivo (s)

Descrever os casos das arboviroses dengue, chikungunya, Zika e febre amarela na população negra comparando com a população geral.

Material e Métodos

Foram utilizados os dados notificados no Sinan a partir do ano de 2014 até 2022. Para febre amarela, foram utilizados dados complementares oriundos de relatórios e instrumentos específicos de monitoramento de casos, especialmente durante as emergências. As variáveis analisadas foram raça/cor, sexo e idade. Os estratos de raça/cor foram categorizados em negra (preta e parda), outras (branca, amarela e indígena) e ignorada. Foram considerados os casos prováveis para dengue, chikungunya e Zika e os casos confirmados para febre amarela.

Resultados e Conclusão

Entre os casos de dengue, 36% foram na população negra. As faixas etárias mais acometidas foram entre 10 a 39 anos. No caso da chikungunya, 56,1% dos casos foram na população negra. Quanto ao sexo, 61,9% dos casos foram em mulheres e se concentraram nas faixas etárias de 20 a 59 anos. Em relação aos casos de Zika, 39,7% ocorreram em pessoas negras, enquanto 66,7% do total de casos foi em mulheres, a faixa etária mais acometida foi de 20 a 39 anos. Para a febre amarela, 83,4% foram em homens e as faixas etárias mais acometidas foram de 20 a 69 anos, a população negra correspondeu a 36,9% dos casos confirmados. Quanto à completitude do campo raça/cor entre as arboviroses analisadas, o não preenchimento variou de 28,6 a 41,3% dos casos. Entre os óbitos confirmados, estes variaram entre 35% e 59% na população negra, com a exclusão dos registros ignorados esta proporcionalidade aumentou para 44% a 76%. A proporção de registros sem o campo raça/cor variou de 13% a 32% entre as arboviroses analisadas.

Conclusão: A distribuição de casos de arboviroses na população negra seguiu o padrão do restante da população em relação às variáveis sexo e idade. Observa-se que no caso de chikungunya, mais da metade dos casos foram na população negra. Entre os óbitos, a população negra foi a mais afetada.

Palavras-chave

dengue, chikungunya, febre amarela, Zika, população negra.

Agradecimentos

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Virginia Kagure Wachira, Eduardo Lana, Sulamita Brandão Barbiratto, Vinicius Pereira Feijó, Daniel Garkauskas Ramos, Livia Carla Vinhal Frutuoso, Alesandro Pecego Martins Romano