Dados do Trabalho


Título

Investigação epidemiológica do surto de doença neuroinvasiva em crianças no estado do Rio Grande do Norte

Introdução

A doença neuroinvasiva está associada a infecção viral, capaz de atingir o sistema nervoso central ou periférico e causar quadros patológicos

Objetivo (s)

Descrever a ocorrência do surto de doença neuroinvasiva em crianças

Material e Métodos

Estudo transversal, descritivo da ocorrência do surto de doença neuroinvasiva em crianças no estado do Rio Grande do Norte, no período de outubro a dezembro de 2022.Um instrumento foi elaborado para realizar a coleta, o processamento e a análise dos dados. A investigação contou com ações desenvolvidas pelo Estado e equipe do EPISUS/MS.

Resultados e Conclusão

A investigação iniciou-se com a detecção do aumento de casos de doenças neuroinvasivas em crianças menores de 12 anos. Com a finalidade de realizar o monitoramento um banco de dados foi elaborado para compilar as informações. Um mês após a detecção do surto, observou-se um incremento de 157% em relação às notificações recebidas ao longo de 2022, cujo ápice ocorreu na semana epidemiológica 40 com o registro de 88 casos notificados. Alterações neurológicas foram detectadas nas crianças notificadas, que inicialmente, levantou a hipótese da ocorrência de casos de arboviroses. Identificou-se que 61% dos casos estavam associados a encefalites virais, 17% a Síndrome de Guillain Barré, 8% a mielite e meningoencefalite e 14% foram classificados como causa ignorada. As vigilâncias epidemiológicas hospitalares foram as responsáveis pela notificação de 100% dos casos. O hospital estadual pediátrico foi a principal fonte notificadora, responsável por 47% das notificações, seguido por um hospital geral que notificou 23% dos casos. Destaca-se que, 37% dos casos menores de 15 anos, que apresentaram déficit motor agudo, foram realizadas coletas para amostras de paralisia flácida aguda (PFA), sendo 74% das coletas oportunas. Vale salientar que todos os casos notificados e investigados para PFA/Pólio foram descartados por laboratório e os casos que não foram possíveis realizar a coleta foi encerrado por evolução ou seja, todos casos em menores de 15 anos que atenderão a definição de caso suspeito para PFA/ Pólio conseguiram se recuperar sem sequelas motoras. Diante do exposto, podemos concluir que o aumento dos casos de doença neuroinvasiva exigiu uma resposta rápida e integrada da vigilância epidemiológica na detecção do surto. As estratégias adotadas subsidiaram a tomada de decisão para o controle e monitoramento dos casos.

Palavras-chave

Investigação Epidemiológica; Epidemiologia descritiva; Surto de doença; Infecções Virais do Sistema Nervoso Central.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Emerson Tiago Sousa Lima, Maiara Silva Carvalho, Shelyane Camila Sotero Melo, Renata Olívia Gadelha Romero , Cintia Sousa Higashi, Alice Pinheiro Suassuna