Dados do Trabalho


Título

Análise espaço-temporal dos óbitos por condições pós-covid no Brasil

Objetivo (s)

Analisar a ocorrência de óbitos registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) por causa básica definida como “condições pós-covid” de 2020 a 2021 no Brasil.

Material e Métodos

Estudo descritiva com os dados do SIM coletados em maio de 2023, referente aos anos de 2020 e 2021, após o período de consolidação dos bancos. Os códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) utilizados para identificação das condições pós-covid foram o B94.8 (Sequelas de outras doenças infecciosas e parasitárias especificadas) para causa básica e o marcador U09.9 (Condição de saúde posterior à covid-19, não especificada). Foram consideradas as datas de óbito e Unidade Federada (UF) de residência. As análises foram realizadas no software R, versão 4.3.0. Por se tratar de dados públicos e conforme as normativas éticas em vigor, o estudo não precisou de avaliação ética.

Resultados e Conclusão

Ocorreram 3.230 óbitos por condições pós-covid no Brasil, sendo 155 óbitos em 2020 e 3.075 óbitos em 2021. Em 2020, a quantidade de óbitos não apresentou grandes oscilações, permanecendo estável ao longo do tempo, mas a quantidade de óbitos aumentou a partir de janeiro de 2021 e atingiu o pico em junho do mesmo ano, com 450 óbitos, representando 13,9% do total de óbitos por condições pós-covid. A partir de então, percebe-se redução gradual até o fim do período analisado, com 135 óbitos em dezembro de 2021. Ao analisar os dados espacialmente e comparando ambos os anos, percebe-se incremento, em especial, em alguns estados das regiões centro-oeste, sudeste e sul do Brasil. Em 2020, Tocantins foi a UF com maior quantidade de óbitos por condições pós-covid, com 80 óbitos (51,6%) no período. Em contrapartida, no ano de 2021, Espírito Santo apresentou mais óbitos (1.133 ou 36,9%). O estudo apresentado possibilitou analisar as ocorrências de óbitos por condições pós-covid como causa básica no Brasil até 2021 e os resultados podem ser justificados por alguns fatores. Possivelmente, ocorreu subnotificação em algumas UFs e, em outros, as equipes de assistência e vigilância podem estar mais sensíveis à identificação destas condições. Além disso, há que se considerar que o marcador U09.9 foi implementado no sistema de informação a partir de maio de 2021, podendo ter impactado no aumento dos óbitos de tais condições a partir de então. Recomendam-se mais estudos a fim de compreender o padrão de ocorrência destes óbitos.

Palavras-chave

Mortalidade; Causas e Morte; Registros de Mortalidade; COVID-19; Síndrome Pós-COVID-19 Aguda

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Ludmila Macêdo Naud, Elena de Carvalho Cremm Prendergast, Marcela Santos Corrêa da Costa, Alessandro Igor da Silva Lopes, Wanderley Mendes Júnior, Eucilene Alves Santana, Marcelo Yoshito Wada, Greice Madeleine Ikeda do Carmo