Dados do Trabalho
Título
O Sinal de Babinski como possível preditor para HAM/TSP em portadores do HTLV-1
Introdução
A Mielopatia associada ao HTLV-1/Paraparesia espástica tropical/ (HAM/TSP) é uma doença neurodegenerativa de curso lento, que acomete funções motoras e sensitivas de pacientes infectados pelo HTLV-1. O diagnóstico é feito considerando achados clínicos e análise do líquor após a exclusão de patologias de sintomatologia parecida. O Sinal de Babinski é um sinal semiológico que indica lesão no trato piramidal, podendo, possivelmente, ser utilizado como um indicador de HAM/TSP em portadores do HTLV-1.
Objetivo (s)
Avaliar a prevalência do Sinal de Babinski nos portadores do HTLV-1 e o seu possível valor preditivo como indicador para HAM/TSP.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo transversal realizado com dados coletados durante consulta clínica de rotina no Centro de Apoio e Atenção à Vida (CAAV) e análise de prontuários. As análises de significância estatística foram realizadas com o teste t de Student e teste exato de Fisher utilizando o programa SPSS 29.0. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Instituto Multidisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia (CEP/IMS/UFBA): nº 5.064.102.
Resultados e Conclusão
Durante o período de agosto de 2021 a setembro de 2022, 65 indivíduos foram atendidos no CAAV e aceitaram participar do estudo, dos quais 41 foram tiveram diagnóstico negativo para HAM/TSP e 24 foram classificados como positivos para HAM/TSP. A média de idade foi de 50,22 ± 16,23 anos e 81,5% eram do sexo feminino. Quanto ao exame físico neurológico, houve diferença significativa na graduação dos reflexos patelar e adutor quando comparados os grupos HAM/TSP e não HAM/TSP (p = 0,05 e p < 0,05 respectivamente). Não houve diferença estatística significativa na graduação dos reflexos bicipital, tricipital, braquiorradial, flexor palmar e aquileu entre os grupos de estudo (p = 0,457, p = 0,148, p = 1, p = 0,917 e p = 0,187 respectivamente). Oito pacientes classificados como HAM/TSP apresentaram sinal de Babinski, enquanto nenhum paciente do grupo não HAM/TSP apresentou o sinal. Diante dos dados apresentados, é possível sugerir que o Sinal de Babinski pode ser um indicativo de acometimento neurológico em portadores do HTLV-1, e, na ausência de outras afecções do sistema nervoso central, pode ser uma estratégia utilizada para o acompanhamento do paciente.
Palavras-chave
HTLV-1; HAM/TSP; Sinal de Babinski
Agradecimentos
Chamada Universal MCTIC/CNPq 2018 - Processo: 421342/2018-8; PROPCI – PROPG/UFBA 007/2022– JOVEMPESQ; Programa Permanecer UFBA 2022-2023.
Área
Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado
Autores
Qesya Rodrigues Ferreira, Ana Flávia Novaes, Arthur Shigueru Umeda, Carolina Souza Santana, Jéssica Oliveira de Souza Nascimento, João Pedro Melho de Freitas Santos, Larissa Alves Fernandes, Matheus Nascimento Moura, Fernanda Khouri Barreto, Davi Tanajura Costa