Dados do Trabalho

Título

Avaliação da acurácia do teste ELISA da Euroimmun para detecção de anticorpos do tipo IgG contra o SARS-CoV-2

Introdução

O diagnóstico da COVID-19 é tipicamente feito por testes moleculares ou de detecção de antígeno. Por outro lado, os testes sorológicos possibilitam identificar anticorpos contra o SARS-CoV-2 após uma infecção ou vacinação e podem ser úteis para monitorar exposições prévias ao vírus ou à vacina em populações.

Objetivo (s)

Avaliar a sensibilidade e especificidade do teste de ELISA para detecção de anticorpos IgG contra SARS-CoV-2 (Euroimmun, Lübeck, Alemanha) em um painel de amostras de soros.

Material e Métodos

Para o estudo da sensibilidade, o painel incluiu 256 amostras de soro obtidas de indivíduos com infecção pelo SARS-CoV-2 confirmada por RT-PCR, sendo estes divididos em três grupos: sintomáticos não vacinados (N: 197), sintomáticos vacinados (36) e assintomáticos (vacinados ou não) (23). A sensibilidade foi analisada de acordo com o intervalo entre a data de início de sintomas e de coleta da amostra (DPIS). Para a especificidade, o painel incluiu 174 amostras obtidas antes da emergência da pandemia de COVID-19 de pacientes com outras doenças febris agudas na fase de convalescença (doenças respiratórias, dengue e chikungunya) (116) e de pessoas saudáveis (58). Adicionalmente, foi avaliada a presença de anticorpos em amostras de indivíduos saudáveis que negaram ter tido COVID-19 e tinham utilizado uma vacina para COVID-19 (75) ou que negaram doença e vacinação após a segunda onda epidêmica em 2021 (26). As amostras foram testadas pelo ELISA conforme as orientações do fabricante.

Resultados e Conclusão

A sensibilidade geral foi 85,7%. Para os sintomáticos não vacinados, foi 88,1%, sendo menor em amostras coletadas até 10 DPIS (25,0%) e maior quando coletada entre 11-90 DPIS (92,9%). Entre os sintomáticos vacinados foi 84,4% e para os assintomáticos vacinados ou não foi 52,2%. A especificidade foi 98,3% para pessoas com outras doenças febris e para saudáveis. Entre os vacinados, 97,3% apresentavam anticorpos após pelo menos uma dose da vacina (100% pela Astrazeneca e 96% para Coronavac e Pfizer). Entre os que negaram COVID-19 e vacinação, mas tiveram a amostra coletada após a segunda onda epidêmica, 73,1% tinham anticorpos. O teste teve alta sensibilidade quando usado após 10 DPIS e excelente especificidade em amostras anteriores à pandemia. Porém, em amostras de pessoas saudáveis coletadas durante a pandemia, o teste foi positivo em quase todos vacinados e em >70% dos que negaram doença e vacinação, indicando baixa utilidade diagnóstica na atualidade.

Palavras-chave

SARS-CoV-2; diagnóstico; ELISA.

Agradecimentos

CNPq; Fapesb; Fiotec.