Dados do Trabalho

Título

Interação in vitro Leishmania (Viannia) lindenbergi/ Nyssomyia antunesi, um binômio parasito/vetor associado à leishmaniose tegumentar na região metropolitana de Belém, Pará, Brasil

Introdução

A compreensão da interação entre Leishmania e flebotomíneos é fundamental no avanço do conhecimento sobre a transmissão, consequentemente no fornecimento de subsídios para estratégias de vigilância e controle das leishmanioses. Entre potenciais vetores, inclui-se Nyssomyia antunesi, que tem sido apontada como suspeita de transmissão de Leishmania (Viannia) lindenbergi na região metropolitana de Belém, Pará, Brasil.

Objetivo (s)

O presente estudo teve como objetivo avaliar a interação entre o binômio L. (V.) lindenbergi/ Ny. antunesi mediante ensaios de adesão in vitro.

Material e Métodos

Flebotomíneos adultos foram capturados no Bosque Rodrigues Alves - Jardim Botânico da Amazônia (Belém, Pará, Brasil) com armadilhas luminosas CDC em maio/2023. Fêmeas de Ny. antunesi foram identificadas pela morfologia, compreendendo a população-teste, enquanto fêmeas de Lutzomyia longipalpis provenientes de colônia (Abaetetuba-PA, F234) compreenderam a população-controle. Promastigotas de L. (V.) lindenbergi (MHOM/BR/1996/M15729) foram obtidas do criobanco de Leishmania (IEC/SVSA/MS) e semeadas em meio NNN até a fase estacionária, estimada por curva de crescimento. Intestinos de Ny. antunesi e Lu. longipalpis foram individualmente dissecados e abertos longitudinalmente em lâmina côncava e incubados com promastigotas de L. (V.) lindenbergi (107/mL; 50µL) em PBS por 40 minutos. Após a incubação, os intestinos foram sucessivamente lavados com PBS e observados ao microscópio para avaliação da adesão.

Resultados e Conclusão

Leishmania (V.) lindenbergi alcançou a fase estacionária no dia 8. A análise pela microscopia óptica revelou adesão moderada (100-1000 promastigotas/ intestino) de L. (V.) lindenbergi ao intestino de Ny. antunesi. Esses resultados foram similares aos achados do controle permissivo, Lu. longipalpis. Não foi observado um padrão de distribuição de parasitos nos intestinos analisados. Em condições in vitro, o intestino de Nyssomyia antunesi silvestre permite a adesão de promastigotas de L. (V.) lindenbergi. Esses achados subsidiam o conhecimento sobre esse binômio parasito-vetor, fornecendo evidências prenunciadoras da competência vetorial desse flebotomíneo no cenário estudado.

Palavras-chave

Phlebotominae; Leishmania; in vitro; Interação parasito-vetor

Agradecimentos

CAPES; Instituto Evandro Chagas/SVSA/MS