Dados do Trabalho


Título

Doença de Chagas no estado do Maranhão: aspectos epidemiológicos e distribuição espacial, entre os anos de 2001 e 2020

Introdução

Objetivo (s)

Descrever os aspectos epidemiológicos e a distribuição espacial da doença de Chagas (DC) no estado do Maranhão, entre os anos de 2001 e 2020.

Material e Métodos

Foram analisados os casos agudos de DC obtidos do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram analisados o ano de notificação, sexo, faixa etária, raça/cor, zona de moradia, local provável de infeção, modo de infecção, critério e evolução do caso. Para examinar se houve diferença nas medianas de casos confirmados, utilizou-se os testes de Kruskal-Wallis (H) e Mann-Whitney (U). Os casos de DC foram mapeados por triênios nas microrregiões definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo espacialmente caracterizados pelo Índice de Moran Global e Local. O nível de significância adotado em todas as análises foi de 5% (p≤0,05).

Resultados e Conclusão

Foram confirmados 77 casos de DC aguda entre 2001 e 2020. A maior prevalência foi em homens (45 casos; 58,5%; U=179,5; p=0,28), faixa etária de 20 a 39 anos (26 casos; 34,6%; H=28,4; p=0,0008), pardos (41 casos; 53,6%; H=26,7; p<0,0001), moradores da zona rural (33 casos; 68,8%; H=11,36; p=0,0034), com infecção domiciliar (40 casos; 71,5%; U=165,0; p=0,11), forma de infecção oral (43 casos; 68,4%; U =168,0; p=0,13) e que receberam diagnóstico o laboratorial (69 casos; 93,2%; U=88,0; p=0,0001). Prevaleceu a sobrevivência dos pacientes (55 casos; 90,2%; U=169,5; p=0,11). Constatou-se predomínio de casos na microrregião Gurupi, com 11 casos entre 2013 e 2015, e na Baixada Maranhense, com 23 casos entre 2016 e 2018. O panorama espacial geral da distribuição de casos é de aleatoriedade, com valores de Moran Global variando de -0,181 a 0,350, porém, foram detectados clusters significativos em todos os triênios. Destaca-se a formação de uma região alto-baixo em Gurupi (p=0,001) entre 2013 e 2015, que se converteu em alto-alto (p=0,05) entre 2016 e 2018, influenciando a formação de aglomerados alto-baixo na Baixada Maranhense (p<0,01) entre 2016 e 2020 e em Imperatriz (p=0,001) entre 2019 e 2020.
A identificação dos aspectos epidemiológicos e disseminação especial da DC no estado do Maranhão é de suma importância para gerar informações para a vigilância em saúde, assim como motivar a discussão sobre novas alternativas de intervenção para a prevenção da doença, especialmente na forma oral, a mais prevalente.

Palavras-chave

Doença de Chagas. Epidemiologia. Análise espacial. Maranhão

Agradecimentos

PIBIC/UEMA, CAPES

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Francisca Dejane Leite da Silva, Isabela Resende Ávila, Giovanna Rotondo de Araújo, Juliana Maria Trindade Bezerra