Dados do Trabalho

Título

EVENTOS SUPOSTAMENTE ATRIBUÍVEIS À VACINAÇÃO OU IMUNIZAÇÃO CONTRA A COVID-19: ANÁLISE DESCRITIVA DOS ÓBITOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL, 2021 A 2022

Introdução

A décima edição do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 (PNO) incluiu crianças e adolescentes de 12 a 17 anos com ou sem comorbidades na campanha de vacinação contra a covid-19 em setembro de 2021. O início da campanha na faixa etária dos menores de 18 anos tornou o monitoramento dos eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização (ESAVI) ainda mais necessário para garantir a segurança da vacinação nessa população.

Objetivo (s)

Descrever os ESAVI e óbitos a partir do monitoramento da segurança das vacinas COVID-19 em crianças e adolescentes.

Material e Métodos

Estudo descritivo dos casos notificados de ESAVI registrados no sistema de informação e-SUS Notifica no período de 18/01/2021 a 31/12/2022 entre os menores de 18 anos. As variáveis descritas são: ESAVI notificados, classificação de gravidade (ESAVI grave (EG); ESAVI não grave (ENG) e óbito) e tipo de vacina COVID-19. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva, com medidas de frequência relativa, absoluta e incidência por doses aplicadas.

Resultados e Conclusão

Ao todo foram registradas 24.801 notificações de ESAVI, das quais 18.659 (75,2%) foram erro de imunização. Entre os 6.142 ESAVI propriamente ditos notificados, 5.408 (88,0%) se tratam de ENG, 734 (12,0%) EG, sendo 48 (6,5%) notificações com desfecho óbito. A maioria dos óbitos ocorreu após vacina Pfizer (43 dos 48 casos) e predominantemente após a primeira dose (35 dos 48 casos). A incidência total dos óbitos notificados foi 0,10 a cada 100.000 doses aplicadas. Após avaliação de causalidade pelo Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos, 44 óbitos foram classificados como evento coincidente ou inconsistente, com diagnóstico por outra causa não relacionada a vacina recebida. Houve um óbito com dados conflitantes para estabelecer relação causal e três casos inclassificáveis, pois não apresentavam dados suficientes na investigação para estabelecer o diagnóstico definitivo.
De acordo com os dados, a maioria dos eventos notificados foi não grave. Dentre os graves com desfecho óbito, até o momento, não há nenhum evento em menores de 18 anos com associação causal consistente com a vacina utilizada. Portanto, é possível afirmar que as vacinas COVID-19 apresentam um excelente perfil de segurança em crianças e adolescentes.

Palavras-chave

Vacinas contra COVID-19. Farmacovigilância. Eventos Adversos. Crianças. Adolescentes