Dados do Trabalho


Título

Análise espacial e caracterização dos óbitos neonatais precoces no Brasil, por macrorregiões de saúde, 2011-2021

Introdução

A mortalidade infantil é um indicador crucial para avaliar as condições de vida e bem-estar social de uma população. No Brasil, a mortalidade neonatal precoce (óbitos de 0 a 6 dias de vida) tornou-se o principal componente da mortalidade infantil. A utilização de análises espaciais torna-se fundamental para o enfrentamento do desafio de reduzir a mortalidade infantil, permitindo uma análise abrangente e a identificação de áreas prioritárias para intervenção.

Objetivo (s)

Descrever os padrões espaciais e caracterizar os óbitos neonatais precoces no Brasil, por Macrorregiões de Saúde.

Material e Métodos

Estudo do tipo ecológico, analisando espacialmente os óbitos neonatais precoces no Brasil, e as macrorregiões de saúde como áreas de estudo. Foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) no período de 2011 a 2021. As análises espaciais foram realizadas com base em riscos relativos (RR) e clusters de risco identificados com a técnica de varredura espacial SCAN. As variáveis analisadas incluíram sexo, idade da criança, peso ao nascer, faixa etária da mãe, tipo de gravidez, idade gestacional e tipo de parto.

Resultados e Conclusão

Foram identificados 22 clusters de óbitos neonatais precoces no Brasil, divididos em dois grupos de alto e baixo risco, com distribuição desigual entre as macrorregiões de saúde. Os clusters com maiores riscos estavam concentrados nas regiões Norte e Nordeste, enquanto os de menores riscos estavam nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Observou-se uma alta taxa de mortalidade para o sexo masculino e a maioria dos óbitos ocorreu com menos de um dia de vida. O baixo peso ao nascer foi um padrão comum em todos os clusters. Os resultados revelam desigualdades espaciais na ocorrência da mortalidade neonatal precoce, sugerindo a baixa qualidade da assistência à saúde em algumas macrorregiões do Brasil. Torna-se necessário aprimorar a assistência às gestantes e recém-nascidos, garantindo cuidados adequados em todos os níveis de complexidade. Além disso, é importante investir na melhoria da infraestrutura e tecnologia para atendimento de gestantes e bebês de alto risco. A implementação de políticas de saúde mais efetivas e aprimoramento das ações propostas são fundamentais para reduzir a mortalidade infantil no país.

Palavras-chave

Mortalidade Infantil; Óbito Neonatal Precoce; Análise espacial; Cluster; Macrorregiões de Saúde.

Agradecimentos

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

Amarílis Bahia Bezerra, Aglaêr Alves Nóbrega, Marli Souza Rocha, Maria del Carmen Bisi Molina