Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico da Febre maculosa Brasileira no estado da Bahia

Introdução

A Febre Maculosa Brasileira é uma doença infecciosa transmitida através da picada de carrapatos infectados pela bactéria do gênero Rickettsia. A apresentação clínica pode variar desde quadros clássicos a formas atípicas, sem exantema, principal sinal da doença. A baixa suspeição clínica e retardo no tratamento são alguns dos fatores determinantes das elevadas taxas de letalidade da doença e por este motivo é agravo de notificação obrigatória.

Objetivo (s)

O objetivo desse estudo é descrever o perfil epidemiológico da Febre Maculosa Brasileira no Estado da Bahia.

Material e Métodos

Estudo descritivo utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde de casos notificados de Febre Maculosa Brasileira, no período de 2005 a 2022, no Estado da Bahia. Foram incluídas variáveis extraídas da ficha de notificação/investigação do sistema de informação.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 109 casos de Febre Maculosa Brasileira no período do estudo, com maior frequência no ano de 2022. Quanto a classificação final, foram confirmados 16 (14,7%) casos, descartados 39 (35,8%), encerrados pelo sistema 32 (29,4%) e 22 (20,2%) em branco. Houve maior incidência 5/16 (31%) na faixa etária de 20 a 29 anos; 9/19 (56%) sexo masculino; 14/16 (87,5%) pardo/preto; 14/16 (87,5%) carrapato; 12/16 (75%) zona rural e 10/16 (62,5%) não relacionado ao trabalho, respectivamente. Quando analisado o carrapato com outro vetor, o cão/gato aparece com 27/32 (84%).
A partir dos resultados obtidos, fica clara a necessidade de ampliar o conhecimento sobre a Febre Maculosa Brasileira na Bahia e de atualizar as informações referentes ao perfil epidemiológico, só possível com o aprimoramento da captação das notificações em tempo oportuno, e, a partir dos resultados mais fidedignos, ser possível um melhor entendimento sobre a epidemiologia das riquetsioses nos focos de investigação e uma adequada avaliação sobre o risco da doença. Chama a atenção 75% ser notificado na zona rural, mas 62,5% não está relacionado ao trabalho. Muito provavelmente o não preenchimento da ocupação na ficha de notificação. Casos encerrados sem classificação 54/109 (49,5%), o que sugere subnotificação em várias regiões do Estado e, o vetor cão e gato associados a carrapatos, possivelmente por estarem mais próximos aos humanos. As informações obtidas serão úteis para estratégias específicas de educação continuada na prevenção e controle.

Palavras-chave

Febre maculosa, Doença transmitida por Carrapato, Riquétsia, SINAN

Agradecimentos

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Edson Ribeiro Júnior, Enio Silva Soares, Talita Moreira Urpia