Dados do Trabalho


Título

Baixa soroprevalência de sarampo em adultos previamente vacinados: um estudo transversal na cidade de São Paulo, Brasil

Introdução

O sarampo é uma doença infecciosa altamente transmissível que se configura como um problema global de saúde pública. Em 2016, o Brasil recebeu o Certificado de Eliminação de Sarampo pela OPAS, porém a reemergência da doença em 2018 reforça a importância de altas coberturas com a vacina tríplice viral (SCR). Durante surto no Estado de São Paulo em 2019, cerca de 40% dos casos da doença apresentavam registro de vacinação.

Objetivo (s)

Avaliar a soroprevalência e títulos de anticorpos IgG para sarampo em adultos saudáveis previamente vacinados por dois métodos sorológicos e comparar os títulos obtidos por ambos.

Material e Métodos

Estudo transversal de 8 de agosto a 19 de dezembro de 2019, com inclusão de adultos saudáveis atendidos no CRIE HC FMUSP com registro de, ao menos, 2 doses de SCR. Foi realizada dosagem de anticorpos IgG para sarampo pelos testes de ELISA (Euroimmun®) e quimioluminescência (LIASON®) e comparados os resultados obtidos por ambos os exames. Analisados soroprevalência e títulos de anticorpos e suas associações com variáveis de interesse (idade, sexo, profissão, relato de sarampo prévio, número de doses de vacina contendo sarampo, intervalo entre doses e tempo transcorrido após a última dose SCR).

Resultados e Conclusão

Foram incluídos 162 participantes saudáveis, predominantemente jovens (mediana de 30 anos), mulheres (69,8%) e profissionais de saúde (61,7%), com mediana de 13,2 anos entre as doses de SCR e 10,4 anos após a última dose da vacina. A soroprevalência detectada foi de 32,7% no ELISA e 75,3% na CLIA, com forte correlação positiva entre os métodos sorológicos (tau=0,73). A idade e o tempo após a última dose foram independentemente associados à soropositividade, apresentando associação positiva e negativa, respectivamente. A idade apresentou associação independente e positiva com os títulos de anticorpos IgG para sarampo.
A soroprevalência de anticorpos IgG para sarampo em uma população considerada adequadamente imunizada foi baixa, implicando em potencial susceptibilidade ao sarampo nesse grupo populacional. A soropositividade foi maior em indivíduos de mais idade e com menor tempo transcorrido após a última dose de SCR.

Palavras-chave

Sarampo; Estudos soroepidemiológicos; Vacina contra sarampo-caxumba-rubéola

Agradecimentos

Equipe CRIE HC FMUSP, LIM-48 e CAPES

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Autores

Anna Carla Pinto Castiñeiras, Amanda Caroline Ribeiro Sales, Camila Melo Picone, Constancia Lima Diogo, Atila Duque Rossi, Rafael Melo Galliez, Orlando Costa Ferreira Jr, Terezinha Marta Pereira Pinto Castiñeiras, Marta Heloisa Lopes, Ana Marli Christovam Sartori